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Revoltados, clientes protestam contra Criciúma Construções

Com cartazes, faixas e gritos de guerra aproximadamente 50 pessoas se reuniram em frente ao escritório da construtora de imóveis Criciúma Construção às margens da rodovia Luiz Rosso, no bairro Primeira Linha, para protestar o investimento que fizeram e não receberam retorno.

Os manifestantes fecharam a rodovia por alguns minutos e em seguida se dirigiram para a casa do proprietário da empresa, onde tocaram a campainha, chamaram pelo proprietário e pediram respostas sobre a situação de seus imóveis. Revoltados, o muro de vidro da residência foi pichado com batom e pincel atômico. Nenhum morador atendeu os manifestantes, que permaneceram no local por mais de uma hora.

O MPSC, através da 7ª Promotoria de Justiça de Criciúma, apurou que existem, hoje, quase nove mil consumidores prejudicados pela construtora, pois a empresa não conseguiu entregar todos os imóveis que vendeu.

Um desses consumidores é a pensionista Neusa Maria da Silva Gonçalves que trocou sua única casa por dois apartamentos em setembro de 2010, mas, até agora, não recebeu nenhum dos dois. “Até julho eles pagavam meu aluguel, mas agora pararam de vez. Eu não tenho condições de continuar pagando aluguel. Só quero o que é meu de volta, uma casa para morar”, contou Neusa à reportagem do site Engeplus.

Já a aposentada Graci de Souza comprou o apartamento para investir. Mas, até o momento, o residencial que deveria ser construído em Cocal do Sul, nem saiu do chão. “Não é porque eu tenho a minha casa que eles podem fazer isso comigo. Tenho minha filha também. Esse apartamento seria para ela”, pontua.

A auxiliar de escritório Mara Regina Colle Berti Thomáz trocou sua casa em 2007 por um apartamento. Mas o prédio ainda está em construção. “Estou morando em uma casa emprestada. É revoltante essa situação. Sete anos esperando”, frisa.

A construtora oficializou na manhã desta sexta-feira a demissão de todos os trabalhadores das obras e parte dos profissionais do escritório. Conforme supervisora juridica da empresa, Carolina Hillmamn, a construtora pretende discutir com os clientes as melhores soluções para o problema. “Os prédios que estão em fase final, pretendemos entregar até o fim deste ano. O restante, vamos discutir de forma isolada a solução para cada cliente”, afirma.

O promotor do trabalho Luciano Leivas ressalta que, por lei, os problemas dos trabalhadores devem ser resolvidos primeiro. “Depois se resolve os clientes e fornecedoras. Em primeiro momento precisamos resolver a situação dos profissionais”, destaca.

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