Economia

Safra de tomate terá quebra de no mínimo 20%

Foto: Deize Felisberto

Foto: Deize Felisberto

Os produtores de tomate da região devem registrar uma quebra de no mínimo 20% na safra deste ano. O forte calor durante o mês de fevereiro atrapalhou a produtividade da fruta. O produtor Antônio Araújo, de 63 anos, do Bairro Demboski, deve colher apenas 600 caixas de tomate, das 800 caixas estimadas. A média de 35 a 38 toneladas por hectare, projetada pela Epagri, chegará a 26 toneladas na lavoura de tomate do produtor. Araújo também reduziu a quantidade de pés plantados com relação ao ano passado. Para este ano foram 3,5 mil pés. “A regulamentação da mão de obra no campo tem dificuldade a contratação”, pontua Araújo, justificando a redução da área plantada nesta safra. 

Para o produtor Silvino Tibincoski, de 58 anos, o prejuízo será um pouco maior em torno de 30%. “Além da baixa produtividade, a lagarta atacou a lavoura e muitos produtos estão sendo perdidos”, comenta Tibincoski. O produtor plantou 7 mil pés de tomate e iniciou a colheita esta semana que se estenderá até agosto. “Neste inicio de safra pretendia colher 1,7 mil caixas de tomate, mas não chegarei a 800 caixas”, lamenta. Em razão das altas temperaturas, o produtor também retardou a colheita que deveria ter sido iniciada em abril. 

Preço ajuda a compensar 

A perda dos produtores de tomate deve ser compensada pelos bons preços. A caixa de 22 quilogramas do produto está sendo comercializada entre R$ 90 a R$ 110. “Com a pouca oferta o preço está alto e isso ajuda a compensar um pouco os prejuízos. Como o preço do tomate é muito variável precisamos aproveitar”, coloca Tibincoski. 

Se para os produtores o preço é a salvação para os consumidores o valor pesa no bolso. Nas últimas duas semanas o preço tem, novamente, subido nos supermercados e feiras. Conforme o engenheiro agrônomo da Epagri de Criciúma, Darlan Marchesi, a região não tem produção suficiente para atender o mercado local. “A nossa produção é muito importante, mas não é suficiente. É necessário buscar produto em outras regiões do estado e do país que também sofreram fatores climáticos. A estiagem nos estados de São Paulo, Goiás e Minas contribuíram para a escassez do produto e o aumento no valor, cenário que vem se repetindo nos últimos três anos”, esclarece Marchesi. O fim da colheita na cidade de Caçador e na serra catarinense também contribuiu para a redução do produto no mercado. 

O gerente comercial do Giassi Supermercados, Noedir Benfato, observa que sempre que há queda na produção, a oferta local cai. “Como a produção local não é suficiente precisamos recorrer a outras regiões, porém a queda na produção aqui também afeta a nossa oferta de produto nos supermercados”, completa.