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“Ser pai é dar a minha vida por meus filhos”, diz Marcos Eliel

Marcos Eliel de Moraes chegou a viajar de carona para ver os filhos internados na UTI em Joinville

Família reunida (Foto: Divulgação)

Família reunida (Foto: Divulgação)

Dois meninos, gêmeos, pré-maturos e a falta de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal em Criciúma no anos de 1999. Assim o coordenador de departamento pessoal do supermercado Manentti, Marcos Eliel de Moraes, conheceu a paternidade e o amor incondicional pelos filhos. Ele passou três meses indo todos os finais de semana de Criciúma para Joinville, muitas vezes de carona na boleia de um caminhão, por não ter condições de comprar a passagem de ônibus, para ver a esposa e os filhos internados na Maternidade Darci Vargas.

Moraes estava em uma reunião de trabalho quando foi interrompido por uma ligação. Ao telefone, a notícia de que sua esposa, gravida de quase sete meses, estava em trabalho de parto. “Eu larguei tudo e fui correndo para o hospital. Vi meus dois filhos nascerem, foi lindo, mas a preocupação era maior. Segundo os médicos a cada minuto que eles ficavam fora de uma UTI neonatal o risco de não sobreviverem aumentava”, relembra.

Foi nessa hora que o jovem pai de primeira viagem conheceu o amor infinito e a vontade de se doar por completo aos filhos. Com muita dificuldade, ele conseguiu transferir os gêmeos, que nasceram um com 895gramas e o outro com um quilo, para a maternidade em Joinville. Sem conhecer nada e ninguém, Moraes e sua esposa ficaram abrigados em uma casa de família. “Minha esposa era muito tímida, éramos bastante jovens também. Lembro que quando ela chegou em frente a casa onde íamos ficar, olhou para mim e pediu para voltar para cá”, comenta.

Foram longos três meses até David e Douglas receberem alta. Nesse período muitas amizades nasceram, como a do casal que os acolheu e a equipe da maternidade. “A dona Odete e o seu Osvaldo são da família, criamos um vínculo muito grande e somos eternamentes gratos por tudo o que fizeram por nós. Mas, levo com muito carinho, também, toda a equipe do hospital. No dia em que recebemos alta, eles se emocionaram com a vitória dos meus filhos”, recorda Moraes.

Os meninos cresceram com saúde e cercados de muito carinho e afeto. A família estava completa, e aos sete anos os gêmeos ganharam um irmão, para alegrar ainda mais a casa. Mas ainda bebê, com apenas um ano, o caçula não resistiu a uma meningite viral. Nessa hora Moraes conheceu a dor da perda e o conforto do abraço de consolo dos dois meninos. “Foi tudo muito rápido em uma semana o perdemos. Os gêmeos nos fortaleceram e nos consolaram naquele momento tão difícil”, afirma, emocionado.

E depois de tantas alegrias e tristezas, Moraes leva sempre um sorriso e a certeza de que é pai de dois jovens guerreiros, hoje com 15 anos. “Meus filhos são vitoriosos. Tenho muito orgulho em dizer que eu sou pai de dois jovens que são exemplos de vida. Dou a minha vida por eles”, finaliza.

Colaboração: Rosi Mizeeski/Ápice Comunicação