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Voluntariado das Samaritanas, há 35 anos fazendo história no HSJosé

Levando uma palavra de apoio, “as senhoras de amarelo” atuam em todos os leitos de internação do hospital.

Foto: Kátia Farias - Assessora de Comunicação do Hospital São José

Foto: Kátia Farias – Assessora de Comunicação do Hospital São José

Elas são voluntárias, dedicadas, cuidadoras e amigas; as conhecidas “senhoras de amarelo”, são as Samaritanas; mulheres que doam seu tempo para ouvir e prestar apoio aos doentes no HSJosé. Estas guerreiras dedicam-se há mais de 35 anos no trabalho voluntário dentro da Entidade.

Sem receber nenhum valor financeiro em troca, as Samaritanas começaram a atuar no HSJosé em 1981, devido ao tema da Campanha da Fraternidade que era: “ Saúde para Todos”. 

A fundadora do grupo, Irmã Myriam Della Giustina, da ordem das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, teve como objetivo, visitar pacientes hospitalizados, ouví-los, caso tivessem vontade de se confessar, dar a eucaristia; mas levando sempre palavras de apoio, ajuda moral e espiritual, com amor e muito carinho.

O Trabalho iniciou com visitas semanais, realizadas duas vezes por semana. O grupo começou o voluntariado com 107 mulheres, que divididas, percorriam todos os setores do hospital.

Com o passar dos anos, o grupo diminuiu, mas a vontade de ajudar o próximo nenhum pouco. Hoje, 40 samaritanas realizam o trabalho de voluntariado com a mesma dedicação do passado.

Tudo é devidamente organizado, com cronograma de visitas e horários; além é claro, da qualificação da voluntária, que precisa passar por um processo de treinamento, para conhecer as normas básicas de permanência dentro de uma Instituição de saúde, e, para que seu trabalho seja desenvolvido de foram eficaz.

Maria Francisca de Assunção Rodrigues (61), é voluntária junto as Samaritanas há 28 anos, e presidente do grupo atualmente, a Cabelereira por profissão, diminuiu desde que ingressou no voluntariado o ritmo de trabalho em seu salão de beleza, para se dedicar na ajuda ao próximo.

“Iniciei o voluntariado para retribuir a Deus a benção por ter curado meu filho. Quando meu primeiro e único filho nasceu, descobrimos a incompatibilidade sanguínea. Ficamos um longo tempo em tratamento; e eu pedindo a Deus que o curasse. E ele foi curado. Um médico que nos atendia na época me disse: “Francisca, porque você não faz algo para agradecer a Deus pela cura de seu filho? Deus te ajudou neste processo”. Foi ai que pensei sobre o voluntariado junto as Samaritanas. E aqui estou; lá se vão 28 anos. Meu filho curado, e eu cada dia mais dedicada em ajudar as pessoas. Este trabalho me fortalece. Ainda continuo com o salão de beleza, mas só quando não tenho trabalho voluntário para fazer, pois faço outros trabalhos como voluntária além do hospital”, esclarece Francisca

Os relatos feitos pelas Samaritanas são realmente histórias de amor ao próximo e de muita doação.

Albertina Dagostim é vice-presidente do grupo; casada, mãe de dois filhos, era comerciante e hoje atua apenas no voluntariado, Albertina explica, que também foi tocada por Deus para iniciar no trabalho voluntário, e há 10 anos tem se dedicado em ajudar o próximo.

“O voluntariado que as Samaritanas realizam no HSJosé, não é apenas uma ajuda para as pessoas que estão hospitalizadas, o voluntariado faz bem para gente. Para mim, ajudar o próximo tem um significado tão especial e tão forte, que as vezes sinto que eu é quem sou ajudada. Quando podemos refletir com os internados algo de Deus, sentimos um conforto no coração, uma sensação de dever cumprido e feliz. Hoje minha vida é dedica apenas a Deus, e sou realizada com isso”, relata.

O grupo das mulheres Samaritanas atua no HSJosé três dias por semana.

Dedicadas em apoiar o próximo levando palavras de apoio e amor, com auxílio do Padre capelão do Hospital Samiro Meurer, elas percorrem os corredores e visitam todos os quartos de internação da Instituição, com intuito de levar um pouco de alento aos doentes.

Surgimento do voluntariado no Brasil

O voluntariado já é uma atividade estipulada em lei, definida pela Lei nº 7.352, de 1985 e comemorada nacionalmente no dia 28 de agosto.

Porém, este trabalho já é desenvolvido no mundo desde o século XVI.  

No Brasil a atuação da sociedade em trabalhos voluntários ainda é pequena, se comparada com outros países.

Uma pesquisa do Instituto Datafolha, realizada em dezembro de 2014, encomendada pela Fundação Itaú Social, mostrou que somente 28% das pessoas já participaram de algum tipo de trabalho voluntário e que Em 1943, por meio das organizações religiosas o voluntariado começou a ganhar força, quando foi implantada a primeira Santa Casa de Misericórdia.

O Estado só começou a desenvolver ações de políticas públicas, (que tinham como foco a assistência social); na década de 30, atuando assim nas Instituições Filantrópicas.

Em 1990, pode-se dizer que o trabalho voluntário ganhou força e consciência no Brasil, quando foi então elaborado o Programa Voluntários, da Comunidade Solidária. Em 1996, constituindo, em 16 estados e no Distrito Federal, mais de 30 centros de voluntariado.

No ano de 1998, o então presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei nº 9.608/98, estabelecendo os limites legais entre o voluntário e a relação de trabalho. 

Hoje, o Brasil conta com mais de 19.7 milhões de voluntários, sendo 53% homens e 47% mulheres.

Colaboração: Kátia Farias – Assessora de Comunicação do Hospital São José