Política

Ulisses Gabriel lança pré-candidatura a deputado estadual

O delegado e presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina – Adepol/SC decidiu disputar pela primeira vez um cargo político.

Foto: Divulgação

O delegado de polícia e presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina – Adepol/SC, Ulisses Gabriel, lançou o seu nome como pré-candidato à deputado estadual nas eleições de 2018. Em um novo momento na vida profissional, decidiu enfrentar o desafio de disputar pela primeira vez um cargo político.

Despojado da armadura de delegado de polícia Civil, Ulisses Gabriel é um homem tranquilo. Dentro da simplicidade da camisa branca, calças e sapatos escuros. Outsider – aquele que está fora – da política, ele tem na bagagem a experiência como presidente da associação da categoria em Santa Catarina e a convivência com o sogro, o ex-vice-prefeito de Orleans, José Carlos Librelato – o Lussa (in memorian), que faleceu em 2013 em decorrência de um câncer.

Gabriel tem voz firme com ideias bem posicionadas. Desde Turvo, onde nasceu em 19 de maio de 1982, carrega a vontade de fazer acontecer. Filho de um caminhoneiro com uma professora, começou cedo a trabalhar quando o pai deixou as estradas para abrir uma pizzaria. Aos 12 anos já dominava a cozinha e preparava a comida que alimentava os clientes. Foi lá que nasceu a vontade de ser juiz, “para ajudar as pessoas”, conta.

Formado em Direito pela Unisul de Araranguá, o destaque de Gabriel em sala de aula – e também depois dela – levou-o a trabalhar assessorando juízes, cargo de confiança que exerceu até prestar concurso para delegado. “Não imaginava que fosse passar. Como estava estudando para concursos, fiz o concurso sem a cobrança de ter que passar”, conta o pré-candidato.

Gabriel é articulado, conciso no que fala sem ter os exageros que cega as multidões, prática de políticos com carreira. Ao contrário, o discurso dele é rápido e afiado, material que muitos dos eleitores buscam nos outsiders da nova política brasileira. Outra diferença do delegado é a posição em assuntos polêmicos, como a busca de votos nos seguidores de alguma religião, por exemplo. Essa também é uma alternativa dos políticos de carreira nos últimos anos: aportam em uma igreja ou religião e, de lá, catam os votos necessários para se eleger. Ao contrário deles, Gabriel se posiciona sem polêmica ou conservadorismo, sendo prático no que quer apresentar. “Não acho que a religião, se ligar com Deus, tenha haver com igrejas, a ligação com Deus você faz quieto lá sozinho”, afirma.

Mesmo sendo novato na disputa por um cargo na Assembleia, o delegado e aspirante a deputado carrega na bagagem uma extensa carreira de conquistas dentro da profissão. Ele é, atualmente, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina (Adepol), cargo que conquistou em duas eleições. “Foram três tentativas, duas eu venci”, diz. Na primeira tentativa para alcançar a direção da associação, ele foi derrotado, mas teve como montar uma plataforma de ideias novas e plantá-la nas mentes e corações dos outros delegados, vencendo as escolhas seguidas para presidir a Adepol.

Gabriel também traz a experiência da família da esposa, Thayni. Filha de José Carlos Librelato – o Lussa, trabalhou nas campanhas do sogro nas eleições em Orleans. Nessa fase da vida, montou experiências que o levam a criar o plano de intensões que será a plataforma de ideias para apresentar e discutir com a população durante a campanha, isso quando confirmada a candidatura. “vou me afiliar no partido político dele, para fazer com que as ideias que ele defendia continuassem afloradas, uma forma de fazer que ele não morresse para nós, politicamente, familiarmente, empresarialmente”, desabafa Gabriel.

Filiado ao PSD desde 2014, Gabriel sustenta três pilares para a campanha. A educação, a infraestrutura e a segurança. Na educação, o pré-candidato quer fazer com que as escolas sejam atrativas para as crianças. Para ele, educação nasce em casa e a escola cumpre o papel de formadora para instrução e aprendizado.  Ponto para ele. Na infraestrutura prega que a escassez de recursos deve ser driblada com a priorização do que deve ser feito. “Escolher uma coisa de cada vez”, diz. Na segurança, área que conhece muito bem, defende a valorização do policial e a introdução de tecnologias para o combate ao crime.

A sobriedade e a firmeza que a imagem de Ulisses Gabriel passa é um elemento em falta no mercado de candidatos para as eleições de 2018. Fugindo do estereótipo do “bom moço” e abrindo espaço para discutir o que realmente é importante, Gabriel se credencia como concorrente da região. Na multidão de novos candidatos, o delegado se destaca por acreditar no que fala, no que prega e, também, nas pessoas que votam nele.

Um (pré)candidato para Orleans disputar a Assembleia Legislativa neste ano

Em entrevista a edição desta semana do Jornal JH o delegado Ulisses Gabriel, pré-candidato à Assembleia Legislativa na eleição de outubro, mostrou as intenções e planos como pré-candidato. 

JH – Hoje, o senhor está pré-candidato para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina?
Ulisses Gabriel – Sim.

JH – Por ser casado com uma pessoa de família com tradição na política, isso pode ajudá-lo nesse ano?
Ulisses Gabriel – Meu sogro [José Carlos Librelato – o Lussa] dizia que pessoas de bem deviam estar na política. Até determinado momento eu não concordava com isso, achava que não devia me envolver. Ele sempre me estimulou a participar, mas pensava em não vou me envolver. Mas depois que eu vi a situação do Brasil, com corrupção, Lava Jato, lavagem de dinheiro, gente procurando a política para ficar rico, pensei que alguém precisa fazer alguma coisa para estancar isso, e essa é a ideia. Então, a representatividade de uma família de políticos é importante, com pessoas novas entrando nesse circuito. Eu acho que o nome do meu sogro, o do Adolar, o Tadeu, que foram políticos mais atuantes, agora o Lucas, é importante.

JH – Além da segurança que outra bandeira levantaria, caso a candidatura de confirme?
Ulisses Gabriel – Eu tenho a preocupação com a segurança e com a educação.

JH – Quando fala em educação, o que seria exatamente?
Ulisses Gabriel – Nós temos um problema muito grave na educação, que é a falta de estímulo para criança estar na escola. Muitas vezes, ela se sente obrigada a estar na escola. Eu acho que a criança deve ser educada em casa para ir para escola e receber um conhecimento que atraia, que estimule ficar lá. Então, isso é uma bandeira que pode ser defendida e para se brigar junto com o estado para criar um currículo atrativo, um currículo estimulante para os alunos estarem na escola. Além disso, é importante que os pais tenham uma cultura que a escola não dá educação, ela ensina algo científico.

JH – Os especialistas em política falam na perspectiva e de pouca renovação nos cenários tanto no da Assembleia Legislativa quanto na Câmera Federal. O senhor não tem medo de ser absorvido pelo sistema?
Ulisses Gabriel – Não. O candidato pensa que quando está fora da política, não concorreu a cargo nenhum, ele tem essa dificuldade de avaliar a conjuntura devido às estruturas pelos candidatos que estão ai. Mas há sempre uma possibilidade de renovação. Então, tem que ter coragem nos desafios. Vou trabalhar muito, com honestidade, até porque eu vi uma pesquisa que aponta a preferencia de até 70% das pessoas em primar pela honestidade do candidato. Então, esse vai ser um dos vetores.

JH – E a família, como ela está vendo seu nome como pré-canditado?
Ulisses Gabriel – Sou pai há pouco tempo. Essa experiência é nova e tenho procurado me dedicar a minha família, separando tempo sempre que possível. Eu estou procurando fazer isso, [acordando] mais cedo que posso, dormindo mais tarde que posso, para poder estar junto das pessoas que amo. Não adianta pregar tem há a necessidade de se manter a estrutura familiar se quem pretende um cargo público não o faz. Isso para mim é pregar uma mentira.

JH – Foi difícil para o senhor aderir o PSD?
Ulisses Gabriel – Não. Acho que é importante pensar num bem maior, que não fique somente nas siglas. Mostrar para as pessoas de todos os partidos a importância sobre a questão do voto regional, da importância de ter um representante regional, muito mais que partidos. Acho que é preciso pensar de forma suprapartidária. O PSD foi o primeiro partido que me filiei.

JH – Pretender se dedicar exclusivamente para a política ou também para a carreira de delegado?
Ulisses Gabriel – Eu sou delegado de Polícia, essa é minha profissão, é nisso que tenho que pensar. A gente nunca pode se esquecer da função principal, da profissão principal. (…) Mas, quando se está na política deve-se dedicar com toda força de vontade. Se não, não se assume a responsabilidade. Quando estou na Adepol sou presidente e tenho que me dedicar com toda intensidade a ela (…). Eu não posso esquecer que minha profissão é delegado.

JH – Como o senhor pretende materializar os projetos que vai apresentar?
Ulisses Gabriel – Só com gestão. O próximo governador vai ter que enfrentar várias dificuldades. O que a gente tem que eleger são as prioridades em nossa vida e depois coloca-las em prática. Vamos investir em tudo? Então, procura-se escolher e executar as prioridades. O que quero investir em educação hoje, para ter uma resposta no futuro. Quero investir em segurança, investir em saúde, para que o dinheiro que pago de impostos sirva para que a pessoa possam usar os serviços e eles funcionem. 

Com informações do Jornal JH

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