Geral

Aumento da cota da tainha fica abaixo do esperado e frustra pescadores em SC

Expectativa é recuperar perdas de 2023, quando categoria amargou prejuízos, especialmente na modalidade industrial

Foto: Divulgação

A poucos dias do início da safra da tainha em Santa Catarina, a expectativa dos pescadores para este ano é aumentar os ganhos em relação ao ano passado. No entanto, embora a cota seja maior do que em 2023, os limites ficaram abaixo do esperado pela categoria. A safra começa na próxima quarta-feira (1º), para a pesca na modalidade de arrasto de praia; em 15 de maio, para a modalidade de emalhe; e em 1º de junho, para a pesca industrial.

Neste ano, a pesca artesanal é limitada a uma cota de 586 toneladas e a industrial, a 480 toneladas. O valor é maior do que no ano passado, quando uma portaria dos Ministérios da Pesca e Meio Ambiente proibiu a pesca industrial e limitou a artesanal a 460 toneladas. A decisão causou prejuízos de pelo menos R$ 10 milhões à economia catarinense, segundo a Secretaria da Aquicultura e Pesca do Estado.

Mesmo que esteja maior do que em 2023, a cota deste ano frustra pescadores. O limite é menor do que em anos anteriores: em 2022, por exemplo, a cota de pesca artesanal foi de 830 toneladas e da industrial, de 600 toneladas.

Segundo Gilberto Fernandes da Silva, presidente do Sindicato dos Pescadores (Sindpesca), a cota estipulada neste ano é baixa diante da capacidade de pesca catarinense. Também há relatos de que há mais tainhas no mar nesta temporada.

— A expectativa dos pescadores para esta safra da tainha é boa, no sentido de que possam recuperar as perdas do ano passado — resume o secretário executivo da Aquicultura e Pesca do Estado, Tiago Bolan Frigo.

O governo estadual e representantes do setor tentaram ampliar a cota deste ano. Foi criado um Grupo de Trabalho com o Ministério da Pesca e Aquicultura e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, junto a setores da pesca dos estados do Sul e Sudeste e órgãos ambientais. Havia uma expectativa de que o governo federal aumentasse a cota, mas o pedido não foi atendido.

A decisão levou em conta critérios de sustentabilidade ambiental da espécie nos litorais do Sul e Sudeste brasileiros. O limite, conforme a portaria, considerou o que é “biologicamente aceitável” para a captura anual da espécie.

— Neste ano, com o apoio do setor e empenho do governo do Estado, conseguimos reverter a proibição da pesca industrial. A modalidade artesanal de emalhe anilhado terá uma cota de 586 toneladas, um pouco maior do que em 2023, mas ainda frustra os pescadores desta modalidade que haviam recebido a promessa do governo federal de que seria editada portaria com uma cota maior — conclui o secretário.

Cotas para pesca da tainha 2024

Emalhe anilhado – 586 toneladas
Cerco/Traineira – 480 toneladas (50 toneladas por embarcação)

Períodos de pesca da tainha 2024

Emalhe costeiro superfície até 10 AB – 15 de maio a 15 de outubro
Emalhe costeiro superfície acima 10 AB – 15 de maio a 31 de julho
Desembarcada ou não motorizada – 1° de maio a 31 de dezembro
Emalhe anilhado – 15 de maio a 31 de julho
Cerco/traineira – 1° de junho a 31 de julho

Com informações do NSC Total

Notícias Relacionadas

Nível do rio Itajaí-Açu chega a mais de 7 metros, 5 acima do normal

Defesa Civil alerta que, após mais 120 mm de chuva, o nível do rio Itajaí-Açu pode chegar até 8,5 metros em Rio do Sul neste sábado (18)

Corpo de Bombeiros de Santa Catarina buscam por família atingida por deslizamento no RS

Nível das águas do Guaíba continua baixando

Na medição das 12h, cota estava em 4,54 metros

Dados mostram que 15 pessoas morrem todos os dias nas rodovias federais

Nos primeiros 90 dias de 2024, elas foram palco de 16.921 sinistros, que deixaram 1.363 mortos e 19.996 feridos.