Segurança

Adolescente de 17 anos provoca três ataques em apenas uma noite

É o primeiro detido na cidade com envolvimento nos atentados que assolam o Estado há 16 dias

Um adolescente de 17 anos deu muito trabalho à polícia de Tubarão na noite de quarta-feira e durante todo o dia de ontem.

Em menos de 12 horas, ele praticou assalto à mão armada no Supermercado De Pieri, na rua Aldo Hülse, no Centro da Cidade Azul, ateou fogo em um estabelecimento comercial, resistiu à apreensão, fugiu da delegacia e foi recapturado. É o primeiro detido na cidade com envolvimento nos atentados que assolam o Estado há 16 dias.

Somente ontem, Tubarão registrou mais três ocorrências de incêndios criminosos. O praticado pelo adolescente infrator foi em um comércio de sucatas no bairro Humaitá, por volta das 3h de ontem. Houve ainda um incêndio que destruiu parcialmente um caminhão de uma transportadora. O veículo estava estacionado na rua Silvino Moreira Lima Sobrinho, também no bairro Humaitá, próximo ao Batalhão do Corpo de Bombeiros. Além disso, houve um princípio de incêndio em um Fiesta com placas de Tubarão, mas o proprietário conseguiu apagar o fogo a tempo de se alastrar. Há suspeita de que, em ambos os casos, o fogo tenha sido provocado por adolescentes a mando do crime organizado de Santa Catarina.

“O menor apreendido roubou R$ 300,00 do supermercado e, após um incessante trabalho de investigação e atuação em conjunto com a PM, conseguimos identificá-lo. Policiais militares que faziam rondas no bairro Humaitá viram o exato momento que ele jogou um objeto que resultou em um incêndio de grandes proporções no comércio de sucatas. Este adolescente pode estar envolvido em outros ataques na cidade e região”, aponta o delegado André Luiz Bermudez.

Um incêndio em uma escola estadual em Capivari de Baixo, próximo da meia-noite desta quarta-feira, é tratado como ato de vandalismo isolado. No entanto, a Polícia Civil do município não descarta o envolvimento nos ataques praticados pelo crime organizado, ordenados por integrantes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) reclusos nos presídios do Estado. “Há forte suspeita de que o fogo na escola Otto Feurchutte não tenha nada a ver com esta onda de violência”, explica o delegado José Davi Machado, que coordena as investigações do caso.

De acordo com o Jornal Diário do Sul, segundo o último boletim da Polícia Militar, o número de ocorrências chega a 98 em 30 cidades. Ao todo, 36 pessoas foram presas e apreendidas, suspeitas de envolvimento direto.

Eatratégia

Para conter a onda de ataques, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reuniu-se no fim da tarde de quarta-feira com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, em Florianópolis. De acordo com o Ministério da Justiça, ele voltou a colocar as tropas da Força Nacional de Segurança à disposição do Estado. Os homens podem ser enviados à região após solicitação oficial do Estado, o que, segundo o ministério, ainda não ocorreu. Na reunião, as autoridades também discutiram detalhes da transferência de presos que integram facções criminosas e atuam dentro do sistema prisional para unidades de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).