Saúde

Alerta: Criciúma registra aumento nos casos de sífilis

Em 2014, foram 98 notificações, mas só no primeiro semestre de 2015 já são 85

Foto: Divulgação/Portal Satc

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Nos últimos meses, Criciúma registrou um crescimento nos casos de sífilis. Em todo o ano de 2014 foram 98 casos, já no primeiro semestre de 2015 o município contabiliza 85 notificações.

Segundo a coordenadora do Programa de Atenção Municipal as DSTs/HIV/AIDS de Criciúma (PAMDHA) Fabiana Bardini, esse aumento deve-se ao fortalecimento os serviços da rede. “Desde o fim de 2014, nós intensificamos os trabalhos, pois existem muitas subnotificações”, afirma.

Sífilis é uma doença infecciosa causada por uma bactéria. A enfermeira do PAMDHA Karina Rocha, explica que a patologia é dividida em três estágios: primária, secundária e terciária. A principal forma de transmissão da doença é através do sexo sem uso de camisinha com alguma pessoa infectada. Outros casos são por transfusão de sangue contaminado e também durante o parto, quando a mãe já tem sífilis.

Alguns dos principais sintomas são feridas nos órgãos genitais, caroços na virilha, manchas pelo corpo, queda de cabelos, febre e no estágio mais crítico a paciente pode apresentar até mesmo problemas cardíacos e no sistema nervoso central.

Conforme Karina, o diagnóstico é feito através de um rápido teste laboratorial, que pode ser feito gratuitamente no PAMDHA ou em qualquer Unidade Básica de Saúde da cidade. Apenas no mês de junho foram realizados 507 exames para detectar a doença.

“Após o teste rápido ter dado positivo, os paciente adultos repetir o exame a cada três meses durante um ano. No segundo ano, de seis em seis meses. Já as gestantes realizam o primeiro teste no terceiro mês de gestação e depois a cada mês até o parto. Após o nascimento o bebê é acompanhado até um ano e oito meses, se a sífilis não se manifestar, a criança recebe alta”, relata a enfermeira.

As Unidades Básicas de Saúde enfrentam um grande problema em muitos casos. Depois do Teste Rápido, os pacientes são encaminhados até os postos e iniciam o tratamento. Porém, quando precisam retornar para continuar, eles não aparecem. “Então, a unidade vai atrás dessas pessoas e só desistem em casos de moradores de rua, já que eles não tem residência fixa”, acrescenta.

A farmacêutica do PAMDHA Graziela Marques de Oliveira conta que a penicilina é o principal medicamento utilizado para o tratamento da sífilis, mas outros tipos de antibióticos também são utilizados, como Doxiciclina e Eritromicina.

 “Criciúma está preparada para atender a demanda do município. Mas de acordo com a instrução normativa da Secretaria Municipal de Saúde, a penicilina foi restringida apenas para casos de sífilis em adultos e gestantes. Isso é em decorrência da falta do medicamento no mercado”, destaca Graziela.

Sífilis congênita

Um dos casos mais graves de sífilis é quando ela é congênita, ou seja, passada de mãe para filho. “É recomendado que toda mulher, antes de engravidar, faça o teste para verificar se possui ou não a doença”, enfatiza Karina.

Criciúma contabilizou, em 2014, 17 casos de sífilis em gestantes e cinco congênitas.  Até abril de 2015, são três ocorrências em grávidas e duas congênitas.

Fabiana conta que o Ministério da Saúde tem uma meta para erradicar a sífilis congênita em 2015, porém ela diz que será complicado. “O pré-natal ainda é fragilizado. Por isso, estamos tentando intensificar os processos de prevenção, tanto no sistema público quanto no privado. Outro motivo, é porque as pessoas não estão se cuidando e acabam se infectando” enfatiza.

Segundo Karina, quando a mãe não fez o exame e não sabe da doença ou não fez o tratamento, os riscos são mais prejudiciais. Nessas situações, pode haver má-formação, aborto ou morte após o nascimento. “A sífilis congênita pode demorar até dois anos para se manifestar no bebê. Os principais sintomas são feridas no corpo, deficiência mental, problemas nos ossos e surdez”, destaca.

Com informações do Portal Satc