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As belezas e o charme de Garopaba

Garopaba é o quarto município apresentado na série “O que as nossas cidades têm de bom?”, produzida pelo Jornal Notisul

O Jornal Notisul de Tubarão apresenta uma vez por mês a série: "O que as nossas cidades têm de bom?, destacando as principais belezas de municípios da Região Sul. Neste edição a cidade escolhida foi Garopaba. Confira na íntegra a matéria produzida pela repórter Priscila Loch, do Notisul:    

A alta temporada de verão acabou, mas nem por isso o charme de Garopaba diminui. Primeiro, porque as temperaturas devem continuar altas por mais algumas semanas. Segundo, porque os atrativos da cidade vão muito além da mistura praia + sol + calor.

É lógico que passado o Carnaval cai o número de turistas de uma forma geral. Por outro lado, vira uma ótima opção para quem busca menos badalação, com a possibilidade de desfrutar de lugares paradisíacos sem ter que disputar espaço na areia.

Por temporada, cerca de 150 mil turistas passam pelo município. Este ano, dados extraoficiais apontam que esta estatística ficou um pouco abaixo, resultado dos constantes engarrafamentos na BR-101 e do Carnaval ter sido muito no início de fevereiro. Os argentinos também vieram em menor número, em decorrência de medidas de controle do câmbio tomadas pelo governo do país vizinho. Mas o fato de ter recebido menos turistas não significa que Garopaba teve prejuízo.

Praticamente 90% da movimentação econômica da cidade vem do turismo, direta e indiretamente. Estão incluídos nesta estatística setores fomentados pela atividade, como construção civil e comércio, por exemplo.

Estrutura é essencial para bem atender o turista

Garopaba tem mais de 300 hotéis e pousadas, e ainda centenas de casas disponibilizadas para locação para atender os visitantes. E diversos fatores contribuem para a demanda, inclusive fora da alta temporada de verão. Investimentos em infraestrutura básica, eventos, monumentos, divulgação e profissionalização são alguns deles.

A rotatividade de turistas é cada vez maior. Alguns anos atrás, eles permaneciam na cidade por 15 dias ou mais. Atualmente, a média é de uma semana. Entre os motivos que levaram a essa redução, está a correria do dia-a-dia e a dependência do período de férias dos demais membros da família.

Os veranistas também recebem uma atenção especial. Afinal, são eles – a maioria gaúchos – que movimentam uma boa parcela da economia de Garopaba nos dez meses além da alta temporada.

Surfe e sandboard destacam-se entre os esportes

Garopaba destaca-se também na prática de esportes. O principal deles é o surfe. Todas as praias oferecem boas condições, inclusive a tranquila enseada do Centro Histórico, quando sopra o vento sul. Há escolas e monitores de surfe para aulas individuais ou em grupo na praia principal, no Silveira e na Ferrugem.

O município também oferece condições aos adeptos do surfe na areia. O sandboard é praticado principalmente nas dunas da Praia do Siriú, a dois quilômetros do Centro, que podem chegar a 30 metros de altura.

Profissionalização e investimentos são ‘a alma’ do sucesso

Melhorias na infraestrutura são vistas pela administração municipal como algo de extrema importância para alavancar ainda mais o turismo. Vários projetos já foram elaborados com este intuito, com atenção especial aos acessos.

Existe uma grande expectativa em torno de três obras: duplicação de 1,5 quilômetro na chegada ao centro de Garopaba, construção de uma ciclovia de 15 quilômetros entre a BR-101 e a praia Central, e a pavimentação do acesso norte, que liga Garopaba ao município vizinho Paulo Lopes e encurta a distância a Florianópolis em 20 quilômetros.

O desenvolvimento do turismo também passa necessariamente pela profissionalização dos mais diversos setores. Especialmente aqueles que lidam diretamente com os visitantes, como garçons, atendentes de comércio e taxistas. Um dos focos é o aprendizado de línguas estrangeiras, principalmente espanhol. Cursos com este sentido já foram realizados, e outros são projetados.

Observação de baleias é o principal atrativo do inverno

Apesar da capital da Baleia Franca ser a vizinha Imbituba, Garopaba também colhe os frutos do turismo de observação. O espetáculo atrai centenas de turistas fora da alta temporada de verão e movimenta as redes hoteleira e de gastronomia de julho a novembro.

Neste período, o litoral transforma-se em um grande berçário de baleias da espécie franca, a segunda mais ameaçada de extinção do planeta. Centenas de animais vêm da Patagônia em busca de águas mais quentes para dar à luz e amamentar os seus filhotes na grande área de proteção ambiental que se estende desde o litoral ao sul de Laguna até Florianópolis.

No último sobrevoo para fazer a contagem dos cetáceos, em setembro do ano passado, mês geralmente com maior número de aparições dos mamíferos, foram vistos 107 animais, 51 deles filhotes. Em 2011, foram identificadas em nosso litoral 172 baleias. O recorde foi registrado em 2006, com 194 cetáceos catalogados.

Ao acabar o verão, as baleias franca deixam as áreas de alimentação nas latitudes mais frias e buscam as regiões costeiras onde se concentram para o acasalamento, a parição e amamentação dos filhotes nascidos no ano subsequente à fecundação. A maturidade sexual é alcançada aproximadamente aos 6-7 anos e estima-se que a fêmea tenha o seu primeiro filhote aos 8-9 anos.