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Assoreamento está acentuado na Barra do Camacho

Apesar da remoção de 70% do banco de areia, no ano passado, pela Cidasc, o canal já apresenta um acúmulo de sedimentos grande

Mais de duas mil famílias de pescadores artesanais dependem da abertura periódica da barra da Lagoa do Camacho, em Jaguaruna. O processo de dragagem é necessário para manter a salinidade e possibilitar a entrada de peixes e crustáceos.

Para isso, a solução é a dragagem periódica do canal, o que é feito de tempos em tempos. No ano passado, 64.625 metros cúbicos de areia foram retirados do local. O valor é equivalente a cerca de 10,8 mil caminhões de areia. O trabalho, executado pelos profissionais da gerência da Cidasc em Tubarão, não chegou a ser concluído.

Isto porque, como a barra está aberta, a areia é removida de um lado e o mar traz de outro. E a draga que estava na lagoa desde 2011 precisou de manutenção. Este trabalho começou a ser feito no começo deste ano e ainda levará pelo menos mais 20 dias.

Depois disso, será preciso definir para onde o equipamento será levado: se voltará ao Camacho ou se vai para o Rio Carniça, em Laguna, onde a situação também não é boa. Na próxima semana, uma reunião deverá ocorrer com o secretário estadual de agricultura, João Rodrigues, para saber para onde a draga vai primeiro.

De acordo com o Jornal Notisul, o bom é que a draga, até então utilizada também em outras regionais do estado, passará a ser de uso exclusivo por aqui. De qualquer forma, o gerente regional da Cidasc em Tubarão, Claudemir Souza dos Santos, explica que se a barra fechar neste tempo é até melhor.

“Com o local fechado, o mar não tem como trazer mais sedimentos. Com isso, o canal é inteiramente dragado e, depois, basta abrir a boca. Todas as seis últimas ações de desassoreamento foram feitas nestas condições e duraram até cinco anos”, sublinha Claudemir.

Construção dos molhes ainda é só um (necessário) projeto

O trabalho de dragagem da barra do Camacho, em Jaguaruna, é paliativo. A solução definitiva para a abertura do canal está em duas obras pleiteadas há tantos anos que ninguém mais lembra quantos: a ampliação de 150 metros dos molhes nos lados norte e sul (dentro do mar) e o término da proteção de pedras no lado norte.

Estas obras estão orçadas em pelo menos R$ 2,6 milhões. A verba chegou a ser pleiteada junto ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2010, mas o projeto ficou fora dos investimentos previstos para aquele ano.

Depois, chegou-se a cogitar a inclusão na segunda edição do programa federal, o PAC 2, mas ficou por isso. Mesmo com esta obra, a dragagem sempre será necessária, não com tanta frequência. Além disso, este investimento, aliado à redragagem do Rio Tubarão, seria o complemento ideal para a prevenção de cheias na região.