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Boto morre afogado após ficar preso em rede de pesca, em Laguna

Foto: Elvis Palma

Mais um boto pescador apareceu morto em Laguna. O fato ocorreu nessa quinta-feira (10), e o número só aumenta a estatística das mortes de botos na região por afogamento, após ficarem presos em redes de emalhe.

Segundo o professor de Engenharia de Pesca e Biologia Marinha da Udesc, Pedro de Castilho, os indícios e o próprio laudo necropcial atestaram que a causa da morte foi mesmo afogamento, após ter ficado preso em uma rede.

Na sua página no Facebook, o fotógrafo Elvis Palma, que fez o registro de mais esta morte, questiona “até quando” os botos irão morrer por conta das redes de pesca. Muitas outras pessoas também registraram comentários indignados nas redes sociais.

Somente no ano passado, cinco animais foram encontrados mortos, e o principal motivo foi o emalhe em redes ilegais de pesca. Os botos ficam presos, principalmente na saída do rio, fazendo com que não consigam subir até a superfície para respirar, o que causa a morte. Órgãos ambientais, pesquisadores e o Poder Público buscam maneiras de fortalecer a fiscalização.

Neste ano, este é o segundo boto morto. De acordo com Pedro Castilho, era um animal juvenil, entre dois e três anos de idade. “Ele foi encontrado próximo à desembocadura do Rio Tubarão, local onde estas redes são colocadas irregularmente”, pontua.

Para o professor, falta uma maior conscientização das pessoas que fazem este tipo de ação. “Eles sabem que é irregular, que pode acarretar justamente nesta situação como a de hoje, mas mesmo assim insistem em se utilizar desta técnica irregular”, lamenta.

Hoje existem na região entre 48 e 53 botos. “Podemos dizer que temos a sorte de eles serem bem ativos, e acabam chegando mais deles à medida que outros, infelizmente, morrem. Mas é, sem dúvida, uma situação preocupante, que precisa ser mudada. Estamos, em conjunto com a Polícia Ambiental, intensificando ações de conscientização para que fatos assim não voltem a ocorrer”, destaca o professor. “A polícia faz seu papel de fiscalizar, a população, de um modo geral, também preserva e cuida, então só falta conscientização justamente destas pessoas que insistem em fazer algo irregular e perigoso”, conclui.

Com informações do Jornal Diário do Sul