Economia

Braço do Norte decreta situação de emergência

Um dos fatores é o alto preço pago pela saca de milho, que equivale a 70% da alimentação dos suínos

A situação da suinocultura em Braço do Norte está cada vez mais difícil para os produtores. Um dos fatores é o alto preço pago pela saca de milho, que equivale a 70% da alimentação dos suínos. A produção do grão foi bastante afetada com a estiagem no Oeste do Estado e no município. Esta semana, a prefeitura decretou situação de emergência.

“Não poderíamos deixar de atender uma reivindicação como esta, uma vez que a agricultura e a pecuária movimentam parte da economia de Braço do Norte. Decretamos situação de emergência em virtude da estiagem que, por consequência, afetou diretamente os custos de produção, ocasionando a baixa remuneração dos produtores”, explica o prefeito Evanísio Uliano (PP).

O representante regional sul da Associação de Criadores de Suínos, Adir Engel, explica que a situação está complicada para o produtor. A cada suíno de 100 quilos criado, o produtor tem um prejuízo de R$ 90,00. “O produtor quer parar com suinocultura, mas não tem condições de fazer isso. O que fazer com os animais? Sacrificar?”, indigna-se. Os produtores esperam conseguir comprar a saca de 60 quilos de milho por um preço mais acessível. Hoje, está em cerca de R$ 27,00. Para cada quilo de suíno vivo o produtor gasta R$ 2,70 e é vendido por R$ 1,70.
Nesta quarta-feira haverá uma reunião no Ministério da Agricultura e Fazenda para tratar da questão. Os produtores pedem a garantia do preço do suíno vivo, o acesso ao crédito, prorrogação da dívida nos bancos, programa especial de acesso ao milho.

Na sexta-feira (22), pelo Twitter, o governador Raimundo Colombo (PSD) anunciou que foi confirmada a aprovação pelo Japão da compra de carne suína de Santa Catarina. Contudo, ainda deve levar três meses até que seja exportada, e o suíno precisa ser rastreado. Não é todo produtor que adota esta prática.

Diário do Sul