Segurança

Braço do Norte: morte de jovem foi premeditada, teve tortura, envolvimento de facção e ciúmes

O terceiro envolvido no crime, preso pela polícia, revelou detalhes de como aconteceu o crime

Foto: Montagem SCC Todo Dia

A amizade entre duas jovens não foi suficiente para impedir uma trama brutal que resultou na morte de Jéssica Elias da Rosa, de 23 anos, na noite de 23 de janeiro deste ano, após agonizar por tantas agressões sofridas ao longo de dois dias e meio, desde quando havia sido sequestrada pela ex-sogra e pela mulher do ex-companheiro da vítima, na madrugada de 21 de janeiro.

A investigação da Polícia Civil ocorreu em paralelo com uma mobilização de familiares e amigos da vítima que divulgavam pedidos de informações nas redes sociais, na tentativa de encontrar Jéssica.

A jovem havia saído de casa de bicicleta, quando um automóvel a abordou às 3h, e duas pessoas saíram do veículo e a sequestraram. De acordo com imagens de câmeras de segurança e depoimento de um dos envolvidos com o sequestro, o destino foi um ponto ermo entre Grão-Pará e Rio Fortuna.

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Jéssica foi levada para um local onde ficaria por horas sendo agredida, a vítima foi coagida a tirar uma foto e enviar para a família, na mensagem dizia que ela havia feito algo errado e deveria sair do município para “dar um tempo”, e que iria para Tubarão.

Denúncias começaram a surgir com frequência, de que a jovem estaria em outras cidades como Orleans, Jaguaruna e outros municípios entre as regiões da Amurel e Amrec, o que atrasou a investigação, pois diligências eram realizadas sem nenhum resultado positivo para elucidar o caso.

No entanto, a investigação ganhou força ao analisar imagens como uma foto que poderia ser do local onde seria o cárcere e de uma lanterna esquerda traseira do automóvel que levou Jéssica.

A partir destes detalhes, chegou-se à suspeita da ex-sogra e da nora (mãe e mulher do ex-companheiro da vítima, respectivamente). A nora era amiga de Jéssica no passado, no entanto, o relacionamento com um homem, filho da outra suspeita, abalou a amizade.

O pivô desta rusga cumpre pena no Presídio Regional de Tubarão e já teve uma convivência conturbada com a vítima, sendo inclusive suspeito por atear fogo na residência de Jéssica com os familiares dentro.

A família deste homem, a mãe e o companheiro também são apontados como integrantes de um núcleo de uma facção criminosa que atua em Santa Catarina, que tem no tráfico de drogas o principal ativo da sua economia.
O veículo suspeito foi desconfigurado logo depois de ter sido usado para o crime, adesivos e hack removidos, o que também dificultou a agilidade na identificação deste automóvel.

As motivações para o crime

“Meu filho está preso por culpa dela”, afirmou a ex-sogra da vítima em depoimento, o que demonstrava um rancor da mesma em relação à pessoa da Jéssica, de acordo com a delegada responsável pelo caso, Jucinês Ferreira.

A suspeita morava junto com seu companheiro e com a atual mulher do filho, e foi descoberta esta disputa amorosa entre os envolvidos no decorrer das investigações. Apesar de todos os elementos colhidos, para dar robustez à investigação, era necessário confirmar a morte da vítima e localizar o corpo e, para isso, a estratégia foi buscar a prisão dos envolvidos.

Em um primeiro momento, foram presas a ex-sogra e a nora em ação simultânea, pois ambas simulam um desentendimento e não estavam mais morando juntas, sendo que a ex-sogra da vítima permaneceu em Braço do Norte, enquanto a outra envolvida estaria na região de Criciúma, mas os policiais não tinham o endereço certo.

Foi por meio da verificação de uma visita íntima no Presídio de Tubarão que uma equipe policial deu cumprimento ao mandado de prisão no último sábado (19), enquanto outra equipe prendeu a outra suspeita.

Para confirmar os detalhes que faltavam para completar o quebra-cabeça do caso, a prisão do companheiro da ex-sogra, que havia sido negada anteriormente, foi autorizada e a investigação chegou à conclusão do caso com a descoberta do local onde a vítima estava enterrada, em meio à mata fechada e de difícil acesso na localidade de Açucena. O cadáver foi encontrado na noite desta quinta (23), por volta das 19h, e retirado às 22h30.

Na coletiva, a delegada explicou todo o desdobramento das investigações e de como a prisão e o depoimento do terceiro envolvido contribuiu para a etapa final do inquérito policial.

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Com informações de SCCTodoDia