Economia

Carvão pode gerar até 240 mil novos empregos, afirma deputado Comin

Reservas carboníferas da Região Sul chegam a 32 bilhões de toneladas

Foto: Miriam Zomer/Agência AL

Foto: Miriam Zomer/Agência AL

Desde que foi criada, a Frente Parlamentar em Defesa do Carvão Mineral da Assembleia Legislativa de Santa Catarina vem colecionando vitórias. A defesa do principal minério da Região Sul do Brasil foi incluída na pauta de discussões dos parlamentos catarinense e gaúcho, mobilizou os deputados federais do Sul do país, motivou a articulação das federações industriais dos três estados e virou prioridade do atual presidente da Assembleia de Santa Catarina, deputado Joares Ponticelli (PP).

A conquista mais recente é a possibilidade real da inclusão do carvão como fonte geradora de energia no próximo leilão do Ministério de Minas e Energia (MME). O anúncio veio na semana passada, durante a visita de uma comitiva catarinense à Câmara dos Deputados, em reunião da Frente Nacional do Carvão.

Mas qual seria o benefício da expansão do uso do carvão para Santa Catarina? Em entrevista à Agência AL, o deputado Valmir Comin (PP), presidente da frente, explica que é possível gerar até 240 mil novos empregos com a exploração das minas e a geração de energia por meio das termoelétricas.

Confira a entrevista na íntegra:

Agência AL – O que as reservas de carvão mineral representam para a Região Sul?
Deputado Valmir Comin – É o pré-sal do Sul do Brasil, que está situado entre o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Uma reserva de mais de 32 bilhões de toneladas, que precisa ser aproveitada.

Por que acreditar no carvão mineral como fonte de energia?
A Universidade de Ohio coloca que, em 2022, o carvão vai ultrapassar o petróleo. Por que só no Brasil isso não acontece? É uma matriz que temos, uma energia firme e segura, um potencial que está estagnado. Por que não aproveitar? Estamos na contramão da história. Países desenvolvidos como a Alemanha, os EUA, a China, que tem 80% da sua matriz energética através do carvão, usam. A Alemanha, que é um país ambientalmente correto, tem 52%; os EUA, 54%; a Polônia com 98%. E o Brasil tão somente com 1,6%.

Qual seria o impacto do aumento do uso do carvão na economia regional?
Além da geração de impostos, representa agregação de valor e renda, oportunidade de emprego de alto nível, qualificado, desenvolvimento de pesquisa e tecnologia, dando segurança de produção de demanda regional para que o Sul possa ter garantia de abastecimento e fornecimento de energia.

E os empregos?
A Fundação Getúlio Vargas mostra que cada funcionário empregado no setor representa oito empregos. Então imagina essa situação dentro da cadeira produtiva. Se desencadearmos todo esse processo, poderíamos ter aí diretamente envolvidas mais de 30 mil pessoas. Se multiplicarmos 30 mil por oito, iríamos para 240 mil oportunidades de emprego e renda. Além disso, pode-se integrar as universidades, os bancos de pesquisa, de desenvolvimento, inovação.

O que falta para isso ocorrer?
O que necessita é uma participação efetiva por parte do governo federal que possa autorizar a inclusão da geração de energia a partir do carvão nos leilões. Temos tecnologia de ponta, temos investidores, mas o que precisa para que esses investidores possam se estabelecer é a segurança jurídica e essa questão quem pode assegurar é o governo federal. Isso sem contar os subprodutos que estão agregados na cadeia produtiva.