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Ciclista de 23 anos passa pela região rumo ao México

O objetivo é chegar no México em 2018. O prazo, segundo Luís, dependerá do clima, estradas e de dinheiro que conseguir com o trabalho ao longo da jornada.

“A vida virou um risco” para o paulista Luís Antônio Soares Cunha de 23 anos. O jovem desenhista industrial cumpriu neste final de semana, no Sul de Santa Catarina, mais um trecho da sua aventura sobre uma bicicleta pelos países da América Latina.

Com este lema, após três meses e dois dias de viagem, o jovem segue em direção ao Rio Grande do Sul com o objetivo de conhecer os países latinos e terminar sua jornada no México.

“Meu objetivo é conhecer o meu pais, a América Latina e documentar o que vejo. Em toda a minha vida não tive uma informação da realidade. O modelo apresentado pela mídia é padronizado. Quero conhecer culturas diferentes”, relata.

O jovem graduado e bacharel em Design Gráfico deixou seus pais e irmão após perder o emprego na capital paulista. “Está uma situação muito ruim para emprego no país. Apesar de conseguir trabalho como free lance, o aluguel é muito caro em SP. Se tiver emprego aqui pelo Sul, quem sabe eu fico”, conta Luiz.

A partida

Luís partiu de São Paulo no dia 13 de janeiro. Passou pelo Estado do Paraná e chegou a Criciúma no Sul do Estado na última sexta (15). Todo o trajeto realizado até então aconteceu pelas cidades de interior. “Desde Curitiba, segui pela Serra até o Vale Europeu em SC.  Fiquei impressionado com a beleza no local e por lá fiquei 17 dias. Gosto muito do clima da Serra. Muito lindo”, destacou.

Estadia, alimentação e segurança

O pouco dinheiro que Luís consegue ao longo de sua jornada é oriundo de trabalho. “Vendo fotografias e ilustrações ou troco por alimentação. Faço limpeza, manutenção e outros serviços. O que aparecer, eu encaro”, afirma.

Quanto a estadia, o aventureiro lida com a sorte e a vontade das pessoas. “Eu fico hospedado na casa das pessoas, acampo próximo a rios ou cachoeiras e assim vou para a próxima cidade. Essas pessoas também me ajudam a construir o melhor roteiro, ou seja, o mais belo”, destaca.

Quanto à segurança, até então tudo dentro da normalidade no seu trajeto, salvo a situações de rodovias e o trânsito. “Sem acidentes e sem assaltos. Só passaram pessoas boas pelo meu caminho. O perigo está nas rodovias. A saída de São Paulo e Curitiba foram os piores momentos. Os motoristas de ônibus não respeitam nada. Já os de caminhões, respeitam muito. O trecho de Lauro Müller a Orleans foi muito ruim. Tive medo”, conta Luís.

Região Serrana e Serra do Rio do Rastro

“Chorei muito durante o trecho entre Urubici e Bom Jardim da Serra. Muitas subidas e não aguentava mais. Acampei no mirante de Bom Jardim e não consegui dormir em função do vento forte. Quando desci a Serra do Rio do Rastro foi a melhor experiência da minha vida”, relata o jovem ciclista de 23 anos.

Na bicicleta

Na sua bicicleta, um pouco de tudo: cozinha, kit de camping, comida, um celular e um computador onde documenta o que vê. Além disso, outros objetos como roupas e artigos de higiene pessoal.

Segundo Luís, uma câmera fotográfica contribui para angariar dinheiro e seguir a viagem. Realiza trabalhos fotográficos e ilustrações. São 40 quilos de objetos junto a bicicleta. “Com esta bicicleta consigo fazer de 80 a 100 km por dia. Em cada local descubro rotas alternativas”, relata.

Os pais

“Meus pais no começo não acreditavam muito. Minha mãe é professora e sempre apoiou. Meu pai ficou receoso alertando que eu poderia ser assaltado. Depois que comecei a viajar, ele se orgulha. Sempre me liga e trocamos ideias. Antes de sair do Brasil, minha família vem me visitar de carro até o Rio Grande do Sul. Vamos nos reencontrar”, relata emocionado.

Até o México

“Depois de RS, adentro no Uruguai, norte da argentina e sigo até o Chile. Dali, vou subindo e trilhando os demais países até o México. Tenho que conseguir dinheiro para conseguir comprar equipamentos para enfrentar o deserto do Atacama”, conta Luís ajeitando a bicicleta para seguir viagem.

O objetivo é chegar em 2018 no México. O prazo, segundo Luís, dependerá do clima, estradas e de dinheiro que conseguir com o trabalho ao longo da jornada.

“Você sente tudo, a paisagem, as pessoas, o clima. Gosto muito de me expressar e ter uma bagagem cultural. Poder notar essas diferenças sociais e culturais é magico”, finaliza.

O diário de viagem pode ser acompanhado pelo site https://umrisco.wordpress.com ou pelo facebook no https://www.facebook.com/umrisco. Os leitores encontrarão fotos e fatos relatados e registrados pelo aventureiro.

 

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