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Começa demolição de ‘beach clubs’ na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis

Após determinação da Justiça Federal, cinco beach clubs de Florianópolis precisarão se adequar e demolir a área considerada "excedente" pela justiça; entenda

Foto: Luiz Fernando Dresch/ND

As demolições em beach clubs de Jurerê Internacional, na região Norte de Florianópolis, causam transtornos, prejuízos e incertezas aos estabelecimentos. Partes chamadas de “excedentes” dos empreendimentos estão sendo desmanchadas para cumprir uma determinação da Justiça Federal.

A ação começou a tramitar no ano de 2007, a pedido da Ajin (Associação de Moradores de Jurerê) e do MPF (Ministério Público Federal). A decisão judicial foi assinada em maio deste ano pelo juiz Marcelo Krás Borges, da 6ª Vara Federal de Florianópolis.

Com a determinação, os beach clubs devem cumprir a determinação de retirada das edificações e recuperar a área ambiental degradada pelas construções.

Por se tratar de uma área locada, a Habitasul, responsável imobiliária pelos espaços, tomou posse das chaves dos imóveis para acompanhar e denominar as áreas que devem ser demolidas, conforme decisão judicial. A recuperação ambiental também fica a cargo da empresa.

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300 Cosmos

Um dos beach clubs é o 300 Cosmos, localizado na Avenida dos Salmões. No local, o proprietário Marcio Escher, demonstrou profunda preocupação com os rumos que podem tomar os beach clubs em Jurerê Internacional.

Marcio destaca que o empreendimento antes da determinação comportava até 40 mesas no espaço que foi considerado “excedente”. Agora, após finalizar a demolição de partes da estrutura, o empreendimento acomodará apenas seis mesas, o que para o empresário, acaba comprometendo completamente a renda do local.

“Essa decisão é ruim porque todo mundo perde, até a União perde, deixando de arrecadar impostos; a localidade também é prejudicada e mexe na economia como um todo”, destaca Márcio.

O espaço em alta temporada chega a empregar até 70 funcionários. Atualmente o local está com oito funcionários, e destes, alguns serão remanejados e outros terão seu contrato de serviço encerrado.

O empresário ressalta ainda que o atrativo dos beach clube é exatamente o ambiente externo que o local proporciona para os clientes. Agora, após a determinação, o 300 Cosmos só poderá usar o ambiente interno do estabelecimento.

A incerteza que acaba recaindo sobre o empreendimento é algo que para o proprietário acaba dificultando muito a atividade. Márcio destaca que inovações e atrações são praticamente inviáveis pois não se sabe qual rumo os beach clubs em Florianópolis podem tomar.

Acqua Plage Jurerê Internacional

Outro empreendimento acompanhado foi o Acqua Plage Jurerê Internacional, localizado na Avenida dos Icaraís. Com cerca de 350m² de área construída, o espaço também apresenta uma área “excedente”.

Conforme o proprietário Fabiano Felício, o espaço que está sendo demolido foi cedido na década de 1980 por um conjunto habitacional que ficava ao lado do empreendimento.

Fabiano apresenta grande preocupação, em especial, na temporada de verão que está há poucos meses para acontecer. O estabelecimento em pleno funcionamento chega a empregar cerca de 80 funcionários, sendo 25 funcionários diretos e outros 55 de maneira indireta.

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O proprietário destaca ainda que, com a determinação de retirar a parte considerada “excedente”, há uma perda de cerca de 70% do espaço físico, o que acaba comprometendo o trabalho como um todo.

A ideia, de acordo com o empreendedor, é fazer as adequações de remoção do deck lateral e demais estruturas do beach club o mais breve possível.

Fabiano também apontou outras perdas para o turismo. “Tudo o que está acontecendo é para Jurerê Internacional deixar de ser um destino turístico, e com isso toda cidade perde”, destaca.

“Deixaremos de ser referência em beach clubs e quem ganha com isso é uma pequena parcela de moradores, pois diminui o público que frequenta a praia por causa disso”.

Com informações ND+