Economia

Construção civil: o gigante impulsionador da economia do Sul

Dados do Sinduscon mostram que setor é responsável por movimentar de 5% a 7% do PIB regional.

Foto: Amanda Tesman

Foto: Amanda Tesman

O ritmo nos canteiros de obra é acelerado. Serventes, pedreiros, mestres de obras, engenheiros e muitos outros profissionais se unem para erguer grandes edifícios. Aos poucos, os prédios vão mudando o cenário da cidade. Eles estão por todos os cantos. Uns em estágio mais avançados, outros no início e alguns apenas anunciam o que será abrigado no futuro. Não é à toa que a construção civil movimenta a economia do Sul de Santa Catarina. Somente o setor é responsável por 5% a 7% do Produto Interno Bruto (PIB) regional.

A quantidade de construções em Criciúma impressiona. Mas ao analisar os números percebe-se que a quantidade é bem maior do que se pode imaginar. Até setembro deste ano, foram obtidos junto à Prefeitura Municipal 825 licenças para construir, o que representa que mais de 350 mil metros quadrados serão transformados em moradias, comércios ou indústrias, sem contar os 651 Habite-se concedidos. No ano anterior, foram repassadas 1202 licenças e 910 autorizações para morar.

Destes, muitos empreendimentos estão localizados nos bairros. Comunidades como São Luiz, Próspera, Santa Bárbara e Pinheirinho passaram a abrigar diversos empreendimentos. O presidente do Sindicato das Empresas de Construção Civil do Sul Catarinense (Sinduscon), engenheiro Jair Savi, observa que isto é um reflexo do novo Plano Diretor. “As construtoras estão investindo nos bairros para que eles também se desenvolvam. O Plano Diretor já foi pensado visando o desenvolvimento das comunidades, até porque o Centro não tem mais para onde crescer”, enaltece Savi, acrescentando que o Sindicato participou de todas as reuniões de elaboração do Plano Diretor.

O engenheiro fala que o grande crescimento da área foi registrado este ano e, por isso, a projeção é de que os números se estabilizem em 2014. “Este ano foi de bastante crescimento. Para o próximo, a tendência é estabilizar, pois o grande aumento foi observado em 2013. As construtoras lançaram bastantes novidades e ainda estão com estoques de moradias para comercializar”, comenta.

Apesar de o atual cenário mostrar que o setor deve se manter estável, isso não significa que a produção irá reduzir. De acordo com Savi, as obras continuarão sendo executadas. “A produção não pode parar. É necessário lançar novidades. A construção civil é o setor que mais impulsiona a economia da região. Se cair, outras áreas também terão decréscimo, como o seguimento de decoração, móveis, eletrodomésticos. Somadas todas as áreas, o PIB Regional da construção civil é responsável por movimentar 42%”, analisa.

Crescimento industrial é pequeno

Entre os tipos de empreendimentos que menos crescem aparecem os industriais. Conforme o presidente, as licenças para construir não ultrapassam 5%. Ele avalia que este é um fator negativo. "Quanto mais indústrias, melhor para a cidade, pois irá atrair mais pessoas para morar no município, fazer investimentos. Se não tem indústria, os outros setores também não desenvolvem", frisa. Os estabelecimentos residenciais-comerciais sobem anualmente 19%, os comerciais 20% e os residenciais 52%.

Falta mão-de-obra especializada

Na região Sul de Santa Catarina, 7.098 pessoas prestam serviços em 919 estabelecimentos da área da construção civil. Este número, porém, poderia ser bem maior se houvesse mais pessoas capacitadas. Conforme Savi, atualmente há vagas no setor, mas o grande problema é a ausência de mão-de-obra especializada. "Vagas tem, o que faltam são profissionais capacitados para ocuparam os postos de trabalho. Isso que na nossa região há bastantes cursos de formação disponíveis", ressalta o presidente ao se referir das capacitações oferecidas pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Senai, Satc e Abadeus.

Um dos profissionais em falta no mercado são os operadores de gruas. O equipamento, que serve para transporte vertical e horizontal de grandes cargas, tem se tornado essencial no setor e a utilização deve aumentar muito nos próximos anos devido aos benefícios apresentados, como a diminuição do tempo de construção, redução da mão-de-obra e de custos. Atualmente há oito gruas em operação em Criciúma, mas a tendência é que esta quantidade suba para 40.

Colaboração: Amanda Tesman/Ápice Comunicação