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Construção de nova usina é buscada para Capivari de Baixo

Parlamentares de Capivari de Baixo reivindicam apoio da assembleia legislativa para que a unidade prevista para ser construída em Santa Catarina seja implantada no Complexo Termelétrico Jorge Lacerda

No que depender dos vereadores de Capivari de Baixo, o município também estará no rol das regiões que receberão investimentos para a exploração do carvão. Ontem de manhã, em Florianópolis, os parlamentares foram buscar apoio da assembleia legislativa para que Capivari seja incluída nos investimentos previstos para o setor termelétrico.

O presidente da câmara, Manoel da Silva Guimarães, o Farinheira (PT), solicitou empenho do presidente do legislativo estadual, Joares Ponticelli (PP), para que o município receba uma nova usina de geração de energia a carvão.

Duas novas usinas termelétricas deverão ser construídas no sul do país, uma Santa Catarina e outra no Rio Grande do Sul, a partir da retomada da compra do carvão no próximo leilão A-5. O empreendimento catarinense poderá gerar 500 empregos diretos e 1,5 mil indiretos.

O objetivo é que a unidade seja instalada junto ao Complexo Termelétrico Jorge Lacerda. “Quando foi construída a unidade 7, já estava prevista a ampliação. Capivari de Baixo tem as melhores condições para receber este investimento”, defende Farinheira.

A história do município, intimante ligada à do carvão, gera boas perspectivas para que isso seja viabilizado, avalia Ponticelli. “Capivari consolidou, ao longo dos anos, a sua posição estratégica na geração de energia para o país”, completa o presidente da assembleia.

Região é um dos maiores destaques do país

As reservas de carvão em Santa Catarina alcançam mais de três bilhões de toneladas, distribuídas em dois mil quilômetros quadrados no subsolo de 15 municípios. O maior destaque é para a região de Criciúma. O valor representa 10% das reservas do país. Mas a cadeia produtiva gera renda e emprego por todo o caminho feito pelo carvão.

Hoje, o principal destino é a Tractebel Energia, em Capivari de Baixo. Segundo o o Jornal Notisul, a empresa compra 95% do carvão produzido no estado. Uma média de 240 mil toneladas por mês para abastecer as três usinas do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda. Juntas, têm capacidade de geração de 857 MW.

O carvão é transportado até a usina pelos trens da Ferrovia Tereza Cristina (FTC), com sede em Tubarão. Com isso, deixam de circular pela BR-101 cerca de 300 caminhões por dia em um trecho de mais de 100 quilômetros. 

Leilões iniciam no 2º semestre

Após 130 anos de exploração em solo catarinense, o carvão mineral saiu do cenário nacional como fonte de energia em 2009, por causa de acordos internacionais para a redução de emissões de gases poluentes. Agora, busca-se a reinclusão do minério nos leilões de compra de energia elétrica no país.

O anúncio foi feito em março, pelo governo federal. A expectativa é que isso ocorra a partir do segundo semestre deste ano. Se confirmada, a medida garantirá que novos projetos de usinas termelétricas saiam do papel em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Apesar de não ser uma fonte renovável de energia, o carvão é considerado seguro por não depender de condições climáticas. Hoje, a participação do minério na matriz energética brasileira é pequena: 1,4%.

Ainda assim, o carvão é responsável no estado pelo equivalente a 35% da eletricidade que chega às casas e indústrias catarinenses. No mundo, esse índice chega a 38%. Em Santa Catarina, a produção do minério gera 4,5 mil empregos diretos e outros 35 mil indiretos.