Geral

Crianças estão à deriva

Para especialistas o acesso das crianças ao computador é precoce e perigoso

O acesso à internet faz cada vez mais parte de cotidiano das famílias brasileiras, inclusive das de renda mais baixa. Mas merece alerta o fato das crianças começarem a usar o computador cedo demais.

O assunto é bastante questionado pelos pais nas palestras proferidas pelo comissário da infância e juventude da vara da família de Tubarão, João Valésio de Bitencourt. “O que a gente percebe é que falta esclarecimento por parte dos pais aos filhos. O pai e mãe devem acompanhar os caminhos dos filhos na internet”, orienta.

O fato da criança ou do adolescente não sair de casa e ficar o tempo todo no quarto, em frente ao computador, não significa que ele não corre riscos, destaca o comissário.

A psicóloga Patrícia Pozza concorda com a opinião de Valésio. Para ela, o velho hábito de conversar em casa é ainda mais válido nos dias de hoje. “Às vezes, os pais têm muito medo da violência fora de casa, mas não percebem que na internet os filhos estão correndo o mesmo risco”, alerta.

Patrícia avalia que é um erro as crianças terem perfil no facebook. “Hoje, o que acontece na TV com novelas, Big Brother, seriados, filmes ocorre também com a internet. A permissão de visualização sem controle aos filhos é um erro”, acrescentaou em entrevista ao Notisul.

Para os especialistas, a internet é um veículo extremamente útil, com informações valiosas para as crianças. O primeiro contato com o computador deve ser no início da alfabetização, sempre com acompanhamento dos pais. Patrícia ensina: os pais precisam saber dizer não e estipular tempo em que podem ficar conectados visualização à internet. “Infelizmente, os pais não educam os filhos para o uso adequado da internet. O ideal é determinar uma hora por dia no máximo no computador”, enfatiza.

Dicas

• Antes de mais nada, reflita: como responsável, você é um exemplo de internauta?
• Acompanhe as redes sociais do seu filho.
• O computador também pode ser um instrumento para você passar um tempo com seu filho. Se ele gosta de jogar, proponha-se a participar da brincadeira.
• Imponha um tempo limite diário. Lembre: tudo que é demais prejudica uma vida saudável.
• Se perceber qualquer atitude diferente em seu filho, chame-o para conversar. Seja uma pessoa de confiança, para que ele sempre tenha liberdade e sinta-se à vontade para contar sobre a vida dele para você.
• Não demonstre “raiva” frente a esses recursos tecnológicos. A “raiva” pode ser um incentivador. Para você, essa alta tecnologia pode ser algo ruim, mas para seu filho é a coisa mais “prazerosa” que foi criada.