Educação

De empregado e aluno, a empresário e professor

Em busca de um sonho, Rodrigo precisou trabalhar muito e superar os obstáculos que surgiram em sua vida.

Foto: Divulgação

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Aos 21 anos, muitos sentimentos, desejos e metas são incertos e é comum sentir-se perdido. Rodrigo Donadel trabalhava em uma empresa como auxiliar de montagem de refletores, mas o que ele queria era atuar na área de informática. Em busca do sonho, Rodrigo deixou o emprego. Foi nesse período, em 2005, que ficou sabendo do curso de Formação Continuada da Satc e percebeu uma oportunidade.

“Não era o meu forte (montagem). Mas na empresa também trabalhavam com torno Comando Numérico Computadorizado (CNC), sistema usado para controlar as máquinas que fazem usinagem. Eu pedi demissão e logo depois comecei o curso de torno CNC aos sábados. Eu tinha apenas o ensino médio. Enquanto cursava, comecei a distribuir currículos. Então, surgiu a primeira oportunidade para trabalhar de operador”, relata.

A ascensão não demorou muito, logo passou ao cargo de programador de torno CNC e após um ano tornou-se coordenador de usinagem.  Antes de ser promovido, Rodrigo iniciou a faculdade no curso de Tecnologia em Automação Industrial, também na Satc. Mas nenhuma conquista é fácil. Nessa época, o funcionário e a empresa estabeleceram uma parceira, na qual ele prestaria serviços de manutenção após o expediente. A jornada dupla iniciava aqui.

“Depois do curso de 80 horas de torno CNC, comecei a faculdade e me formei em 2008. Comprei os equipamentos para prestar serviços. Foi bem trabalhoso, eu saía de casa às 6h da manhã e voltava só às 23h. Isso durante quase um ano, mas parei quando minha filha nasceu. Eu me desliguei da empresa porque queria ficar mais tempo com a minha família”, lembra.

Quando começou a prestar serviços no antigo emprego, Rodrigo registrou sua empresa. Começou a trabalhar no negócio próprio junto com um sócio. Hoje, o estabelecimento conta com 11 funcionários e trabalha com sete empresas. Mas o início foi complicado. Durante oito meses, os sócios trabalhavam nas máquinas, cuidavam da logística e outras demandas.

“A empresa onde eu trabalhava continua sendo meu maior cliente. O curso de Formação Continuada foi o primeiro pontapé. Se não tivesse o curso, não teria aberto a primeira porta. Foi muito importante para que eu pudesse crescer profissionalmente. Foi um grande desafio, era uma área diferente da que eu atuava”. Em 2011, veio o convite da própria Satc para que ele atuasse como professor, primeiro na própria Formação Continuada, depois no ensino técnico. “Foi uma reviravolta”, destaca.

Empresas procuram capacitar funcionários

Há muitas pessoas como o professor e empresário Rodrigo, que buscam capacitação para conquistar um novo emprego ou uma promoção. Mas o contrário também acontece. A analista de Recursos Humanos da Transferro Operadora Multimodal, Daniela Fernandes Souza Benedet, recorda que a empresa precisa qualificar os colaboradores e foram em busca disso. O fato de conhecer a Satc por causa do Ferrovia Tereza Cristina (FTC) facilitou a parceria.

“A princípio, iniciamos com os cursos de manutenção. Depois, com as normas regulamentares, começamos com Segurança no Trabalho. Temos bastante sucesso com essa união de quase seis anos. Os funcionários voltam trazendo um conhecimento técnico, além do que eles já têm do dia a dia. Praticamente 100% dos colaboradores fizeram algum curso da Formação Continuada, porque tem cursos que são para todos e quem fornece para nós é a Satc”, ressalta.

A empresa ganha muito com a qualificação dos funcionários, enquanto eles também demostram vontade em crescer. Daniela frisa que os colaboradores gostam de receber informação, têm interesse em mais cursos e treinamentos específicos.

Oportunidade acessível

Cursos rápidos, variados e com preços acessíveis, isso é o que a Formação Continuada da Satc oferece a empresas e população em geral. Com duração de quatro a 100 horas, as aulas ocorrem no período noturno ou aos sábados. Com idade mínima para início de 16 anos, o professor Rafael Cardoso Cruz enfatiza que qualquer pessoa pode participar. Desde quem deseja melhorar o currículo ao profissional que busca uma oportunidade de crescer no emprego ou mudar de função.

“É uma forma rápida, fácil e viável de enriquecer o currículo e dar uma guinada na vida profissional ou resolver um problema de desemprego. Cada vez mais as pessoas estão se qualificando. Temos que ter conhecimento geral, mas é necessário se especializar em no mínimo uma área. Os cursos de capacitação dão mais embasamento e são uma diferença no currículo”, aponta Cruz.

Atualmente, com 376 alunos, a Formação Continuada conta com 16 cursos de Eletroeletrônica, 14 na área de Gestão, 23 em Mecânica, oito em Informática e 14 em Segurança.

O professor explica que há flexibilidade nas formações. Como são período curtos, podem ser realizados em um fim de semana ou em um mês. Diferente das faculdades, não é obrigatório começar no início do semestre, uma nova turma pode ser criada a partir de uma solicitação ou de uma nova demanda.

“Alguns anos atrás, quando a economia estava bem aquecida, as empresas encaminhavam os funcionários. Hoje, as pessoas estão vindo porque não tem tanto emprego e eles desejam melhorar o currículo. Em 40 horas, eles têm uma breve noção da área e de como é o trabalho. A Formação Continuada tem muitas oportunidades”, declara Cruz.

Colaboração: Redação Portal Satc