Historicamente, os momentos de dificuldades econômicas são como um ponto de partida para quem consegue ampliar a visão para o ‘além-crise’. No momento de dificuldades, como a que vivemos agora, a economia se retrai, as pessoas gastam menos e o empresário precisa ter muita criatividade para, pelo menos, tentar manter o negócio.
Quem tem intenção de abrir seu próprio negócio adia o sonho com medo de ‘dar com os burros n’água’. Mas será que é esta a decisão correta? Pode não ser. Veja: as crises são momentos cíclicos. O período nebuloso deve começar a se dissipar em dois anos.
Enquanto está todo mundo desanimado é que algumas pessoas conseguem identificar oportunidades ímpares. E isso é empreender. É transformar a dificuldade em um novo e bem-sucedido negócio.
“Se são nos momentos de grandes problemas que encontramos grandes oportunidades, como não aproveitar esse ótimo momento para resolver grandes problemas em nosso país?”, indaga o empresário e escritor João Cristofolini.
Ele mesmo responde: “Em toda crise, há oportunidade. Crise é tentar fazer a mesma coisa que fazíamos há cinco ou dez anos, esperando os mesmos resultados”. O momento, completa, sempre será propício para investir em boas ideias.
Empreendedor nato, aos 25 anos Cristofolini já lançou um livro e possui mais de quatro negócios em áreas distintas. Para ele, o custo de abertura de uma empresa e a possibilidade de ascensão com a internet permitem o surgimento de negócios inovadores, com valor de mercado muito superior às empresas tradicionais.
E isso pode ser comprovado a partir da intensidade do surgimento de novas startups, nos mais diversos segmentos, nos últimos anos. São negócios inovadores pensados para preencher lacunas e promover profundas mudanças em mercados clássicos.
Exemplos? Uber com o mercado de táxi; WhatsApp com telefonia; Netflix com grandes canais de TV; Airbnb com o mercado hoteleiro. Isto para citar os ‘famosos do momento’.
“Não é à toa que mais de 50% dos jovens de hoje têm o desejo de empreender. Há poucas décadas, o suprassumo era ingressar em um serviço público, por meio de concurso, ou seguir carreira em uma grande organização”, compara Cristofolini.
Para todos, mas para poucos
Segundo o autor Malcolm Gladwell, são necessários no mínimo dez mil horas de preparo para se atingir a maestria em qualquer área. Isso dá uma média de dez anos de dedicação.
Não poderia ser diferente com o empreendedorismo. Com dez mil horas, preparação e coragem, qualquer pessoa pode ser bem sucedida em estabelecer a sua ideia.
A questão é: quantos estão dispostos a isso? Todos podem empreender, mas nem todos estão dispostos a pagar o preço que uma ação assim exige: muita dedicação, resiliência, coragem, capacitação e inteligência emocional.
Desde pequenos, somos moldados para seguir o caminho tradicional: estudar, tirar boas notas, conseguir um bom emprego e ter estabilidade.
Quem quer buscar outro caminho precisa sair deste padrão e moldar um novo comportamento. “Boas notas não são garantia de sucesso. Ter um emprego não é sinônimo de estabilidade”, adverte João Cristofolini.
E que tipo de educação buscar para melhorar o perfil empreendedor e iniciar um negócio inovador e rentável? A resposta não poderia ser diferente: a prática!
“Não estou dizendo que a graduação não é válida, mas é evidente que o modelo de ensino não culmina no aprendizado do necessário para empreender. Isso está fora da sala de aula, fora do sistema de educação tradicional”, conceitua o empresário.
Comece a empreender agora
O empresário João Cristofolini começou a se interessar pelo assunto de negócios com 13 anos. Aos 15, já gerenciava uma empresa familiar com mais de 15 funcionários; com 21 anos, abandonou a faculdade e, sem dinheiro, começou o seu primeiro negócio.
A parceria com os maiores autores e gurus brasileiros nas áreas de empreendedorismo, liderança, vendas, marketing e educação financeira rendeu-lhe, hoje, quatro anos depois, negócios nas áreas de educação, tecnologia, saúde, social. Paralelamente, ele investe em novas startups.
Segundo ele, dois ingredientes são indispensáveis para quem deseja empreender: preparação e coragem. A preparação, referencia, é no sentido de buscar informação e conhecimento fora da sala de aula ou da faculdade.
“A capacitação de um empreendedor envolve principalmente aprender com quem já empreendeu, com quem já realizou, já errou e até mesmo fracassou”, ensina. Além disso, habilidades emocionais e comportamentais são indispensáveis durante a caminhada.
E para fazer tudo isso é necessário coragem. “De nada adianta ter toda a capacitação e preparação se não for capaz de colocá-la em prática. E esse é um dos principais medos de quem quer começar a empreender”, descreve Cristofolini.
Estes dois ingredientes devem ser misturados e usados durante todo o processo de forma contínua. Buscar conhecimento, informação, referências e contato com empreendedores de sucesso são ações que devem fazer parte do dia a dia.
“Este é o processo que sigo desde os meus 13 anos, quando comecei a me interessar por empreender. Faço questão de continuar aprimorando e desenvolvendo estes dois ingredientes. Preparação e coragem devem caminhar juntos para fazer acontecer”, sustenta.
"Empreender é, acima de tudo, um comportamento e uma forma de encarar problemas, transformando-os em oportunidades. Todo comportamento pode ser moldado e desenvolvido, mas é preciso estar disposto para isso”.
Com informações do Jornal Notisul