Política

Entidades empresariais se unem contra a corrupção, em Tubarão

Foto: Divulgação / Diário do Sul

Foto: Divulgação / Diário do Sul

Entidades empresariais, o Movimento Brasil Livre e populares se uniram ontem em uma manifestação no Centro de Tubarão. Algumas lojas, convocadas pela Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL, fecharam as portas mais cedo, às 17h, quando teve início a concentração de pessoas em frente ao Museu Willy Zumblick.

A adesão das entidades empresariais de Tubarão – a CDL, o Sindilojas e a Acit – ficou definida em uma reunião que ocorreu ontem às 12h. Nesse encontro, líderes dos setores empresariais da Cidade Azul decidiram participar dos atos contra a corrupção.

Ocorreu então a convocação para o fechamento das lojas às 17h. Muitos lojistas fixaram faixas pretas nos estabelecimentos, simbolizando o luto pela situação política e econômica do país.

O presidente da CDL, Luciano Menezes, afirma que o posicionamento da entidade será sempre em defesa das ações que beneficiam a classe que representa e também a sociedade de modo geral.

“Com a participação da CDL, da Acit e do Sindilojas, estamos defendendo o desenvolvimento, e neste momento crucial que o Brasil atravessa, estamos também nos solidarizando com todos os setores, e entendemos que apoiar as manifestações está acima de qualquer tendência política, mas faz parte dos interesses de todos os cidadãos”, pontua.

Conforme Luciano, o que se defende é uma ampla reforma política, tributária e fiscal. Além disso, a CDL se coloca contrária ao retorno da CPMF e de taxas que venham diminuir o poder de compra da população, estagnando a economia.

O presidente da Acit, Murilo Bortoluzzi, afirma que a entidade se une ao movimento em uma luta contra a corrupção e a favor de um Brasil melhor. “Isso envolve uma legislação e condições que proporcionem a competitividade da indústria brasileira, com menor carga tributária, uma legislação trabalhista menos burocrática e outros pontos”, afirma.

Segundo ele, a corrupção atrapalha o bom funcionamento do país. “A economia fica comprometida tanto pela falta de credibilidade quanto pelo gasto imenso, resultando em baixo desempenho econômico e queda da competitividade”, lamenta.

Harrison Marcon, presidente do Sindilojas, opina que “chegou um momento em que precisamos mostrar nossa insatisfação”. Para ele, o comércio é um setor que gera muita receita e empregos, e precisa se posicionar para não perder a competitividade. “Não podemos arcar com mais aumentos de impostos, recriação da CPMF e, especialmente, com a conta da corrupção. Não podemos aceitar isso de braços cruzados”, avalia.

A Federação das CDLs de Santa Catarina emitiu nota ontem se posicionando pela “ordem política e o crescimento econômico”, na qual pontua que “o preço da desordem política instalada no Planalto tem sido pago pela sociedade – 10 milhões de desempregados, poder de compra corroído pela inflação, obras estratégicas paralisadas ou sequer iniciadas e total paralisia no Congresso Nacional, que deveria votar as reformas essenciais para a retomada do crescimento”.

Cenário

A adesão das entidades de classe às manifestações de forma oficial ocorreu após a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, o que foi visto por muitos como uma manobra para que Lula obtivesse foro privilegiado. Durante a posse, manifestações de apoio e contrárias tomaram as ruas de diversas cidades do país. A posse chegou a ser sustada por uma liminar do juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, da Seção Judiciária Federal do Distrito Federal.

À tarde, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União – AGU, José Eduardo Cardozo, recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região contra a suspensão alegando “ausência de imparcialidade objetiva” do juiz, que teria se “engajado” contra o governo Dilma. Também ontem à noite, a juíza Regina Coeli Formisano, da 6ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, concedeu mais uma liminar para suspender a posse de Lula. Regina Formisano entendeu que a tentativa de “blindar” Lula nomeando-o como ministro “fere de morte o princípio constitucional do juiz natural e o sistema jurídico brasileiro”.

Manifestantes pedem impeachment e fim da corrupção

Com muitas faixas e cartazes pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, assim como de apoio ao juiz Sérgio Moro, manifestantes se reuniram no Centro de Tubarão e seguiram em passeata até o Farol Shopping.

Nos carros, muitas pessoas passavam e buzinavam em apoio aos manifestantes, alguns usando nariz de palhaço.

Uma das participantes foi a estudante Ariadne Zomer, de 24 anos. “Estou cansada de tanta corrupção. Participo das manifestações porque almejo um futuro melhor para meus filhos, para meus netos. Não quero que o país continue assim. Acho que não podemos ficar em casa, temos que colocar a cara na rua, reclamar, manifestar e também votar de forma mais consciente, pesquisando mais sobre os políticos e avaliando bem”, opina.

Aos 64 anos, Susana Pickler, também resolveu expressar sua opinião nas ruas. “É a primeira vez que estou participando, porque penso que chegamos no limite. O povo quer mudança, chega de roubalheira, chega de corrupção”, apela.

O economista Jailson Coelho, de 55 anos, também foi às ruas ontem. “Vejo o cenário econômico do Brasil muito negativo. Caso as medidas que precisam ser tomadas começassem e ser feitas hoje, ainda demoraríamos em torno de três anos para nos recuperarmos totalmente dos problemas econômicos. Mas o pior é que elas não estão nem perto de serem feitas – ao contrário, percebemos um descontrole total. Nossa parte é pedir mudanças. Acho que é uma questão de bom senso”, afirma.

Ato pró-governo

Movimentos sindicais ligados à Central Única dos Trabalhadores – CUT de Santa Catarina e líderes do Partido dos Trabalhadores se organizam em um ato pró-governo que deve ser realizado hoje, em todo o país. Os representantes da região da Amurel irão se organizar em Florianópolis, junto com os apoiadores do governo de todo o Estado. Para as 16h está marcado o movimento no Terminal Urbano da região central da capital. Conforme a assessoria do PT, os líderes políticos de Tubarão e região irão participar do ato.

Com informações do site Diário do Sul