Saúde

Estoque baixo de remédios preocupa pais de crianças com câncer em Criciúma e região

Segundo Hospital São José de Criciúma, há medicamento até o fim do ano.

Foto: RBS TV

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No Hospital São José, em Criciúma, pais de crianças em tratamento contra o câncer estão preocupados com baixo estoque de medicamentos. O hospital, que na última semana chegou a ter os serviços suspensos por falta de repasses, é o único do sul do estado que oferece esse tipo de tratamento infantil, como mostrou o Jornal do Almoço deste sábado (17).

É o caso do agricultor Márcio Carvalho, pai do menino João Vitor, que tem um linfoma e faz quimioterapia. Ele soube que o estoque de medicamentos do setor de oncologia está baixo e teme que isso comprometa o tratamento do filho."É muito difícil para todo mundo. Tanto para mim quanto para os outros pais, meu filho pode precisar de novo e não ter daí para frente, a gente não sabe", disse o agricultor.

Atualmente, 28 pacientes fazem quimioterapia no hospital. Com o estoque de medicamentos no limite, a instituição não pode atender novos casos. Mesmo quem já tem tratamento garantido para os filhos está preocupado, pois o hospital mais próximo com setor de oncologia fica em Florianópolis.

"A nossa preocupação é que pare de funcionar o hospital e a gente não tenha outro local. A minha filha já está no final do tratamento, a gente se preocupa mais com os pais que estão no começo. Só aqui em Criciúma. Araranguá e outras cidades não tem oncologista", conta Marseu Hoffmann Martins, pai de uma paciente.

A direção do hospital diz que estoque de medicamentos está garantido até o final do ano. "Depois temos um trabalho muito grande com o novo gestor, refazer nosso contrato com o gestor municipal para que garanta todo esse tratamento para todas essas pessoas que venham a nossa instituição", afirmou Laercio Regis Ferrari diretor administrativo do hospital

Para os pais, essa incerteza causa aflição. Porque assim como o Daniel, filho de Maristela de Almeida, outras  crianças que lutam contra o câncer não podem esperar. "A gente fica preocupada, sem saber para onde levar, o que vai fazer, o que vai acontecer, pois é uma doença que não avisa quando volta. A dele está calma agora, mas como os médicos falam, pode voltar a qualquer momento, aí tu vai levar para onde?", questiona Maristela.

Greve paralisou atividades

Com os salários atrasados, os servidores do hospital entraram e greve e hospital São José de Criciúma chegou a suspender todas as atividades. Na sexta-feira (16) a unidade de saúde teve atendimentos normalizados. No entanto, o impasse sobre o valor da dívida do estado e do município com o hospital persiste.

Com informações do G1 SC