A comunidade de São Luiz e o município de São Martinho passam a viver uma nova fase com a inauguração da SC-436, conhecida como Estrada Albertina.
A rodovia inaugurada nesta sexta-feira, 22, pelo governador Raimundo Colombo, juntamente com o secretário Regional, Roberto Kuerten Marcelino, dá acesso ao santuário da beata Albertina Berkenbrock e deve reforçar o turismo religioso em todo o Sul.
A pequena localidade, que é onde nasceu a mártir, atrai milhares de fiéis todos os anos.
“Aqui é uma referência para todos os católicos. A má infraestrutura era um obstáculo para a visitação, desenvolvimento turístico e para o exercício da fé das pessoas. A estrada era uma grande reivindicação. Tivemos uma série de problemas, que foram superados e hoje são missão cumprida. Tenho certeza que essa obra trará grandes contribuições para o local e região”, disse o governador.
O investimento do Governo do Estado nos 7,7 quilômetros de pavimentação foi de cerca de R$ 10 milhões.
Em 2010, a empreiteira vencedora da primeira licitação pública para as obras iniciou a pavimentação. Porém, só tinha executado 900 metros da camada asfáltica quando o Estado, em razão do descumprimento de diversas cláusulas do contrato, realizou nova licitação, vencida por outra empreiteira.
A nova empresa contratada reiniciou as obras em agosto de 2014, mas a construtora vencedora em 2010 conseguiu na Justiça a suspensão dos trabalhos temporariamente por discordar da nova contratação. Em setembro de 2014, o Tribunal de Justiça autorizou a retomada das obras, atendendo à solicitação da Procuradoria Geral do Estado (PGE).
A expectativa do município é que dobre o número de fiéis que visitam o santuário em homenagem a Albertina Berkenbrock, considerada mártir desde 1931, quando foi assassinada durante uma tentativa de estupro, aos 12 anos de idade. Albertina foi beatificada pelo Vaticano em 2007, e o processo de canonização já foi protocolado em Roma.
O padre e vice-presidente do processo de canonização da beata Albertina, Sergio Jeremias de Souza explicou que o santuário é marcado pela peregrinação constante, que se dá ao longo de todo ano, principalmente nos finais de semana. Aos sábados e domingos a comunidade chega a receber de 15, 25 e até 50 ônibus.
“O asfalto é um facilitador do ponto de vista religioso, cultural também, porque as pessoas se integram, mas sobretudo econômico, pois toda a região passa a se desenvolver. As pessoas podem ficar no local, os filhos não precisam sair, isso gera empregos. Temos um fluxo de turistas em todas a região. Ganha a comunidade, igreja e todos aqueles que sobrevivem disso.”
A sobrinha da beata, Arlene Berkenbrock, trabalha no santuário e reside na comunidade há 54 anos. Ela contou que muitos não acreditavam na execução da obra. “A maioria do povo sempre comentou, que iam morrer sem ver esse grande sonho realizado. Foi uma batalha, mas que foi vencida. Essa estrada era uma dificuldade, tanto para os moradores como para os milhares de turistas que visitam o local todos os dias. É um orgulho presenciar essa inauguração. Agora será muito mais fácil para todos”.
“É tudo de bom esse asfalto. Não temos nem palavras para explicar. A estrada era muito ruim, estreita, cheia de lama. Muita coisa mudou. Lembro que desde criança sempre trabalhamos por essa comunidade. Minha mãe fazia pão de trigo para vender para os romeiros, pois não existia aqui restaurantes ou lanchonetes. Hoje a realidade já é outra, contamos com uma infraestrutura para oferecer ao turista. É uma benção receber essa obra que tanto esperamos”, contou a prima segunda da beata, Maria Delza Berkenbrock, moradora da comunidade desde que nasceu há 66 anos.
Conforme o secretário Regional, após muita luta essa obra está pronta. "A comunidade lutou juntamente com nós, todos estavam desacreditados que a pavimentação seria finalizada. Mas, com muita força e persistência fomos atrás e conseguimos entrega-la", afirma Marcelino.
“É uma obra sonhada por toda região. Vai promover ainda mais o Sul do Estado . Temos mais de 2 mil quilômetros de obras em estradas do nosso Estado. Estamos realizando melhorias e implantando novos trechos em todas as regiões de Santa Catarina. São R$ 3,7 bilhões em investimentos,” destacou o secretário de Estado de Infraestrutura, João Carlos Ecker.
O presidente do Deinfra, Wanderley Agostini destacou que o asfalto é mais uma conquista para o local. “Era uma obra muito esperada. A comunidade já não estava acreditando na execução da obra. É hoje estamos aqui comemorando por esse asfalto que vai fomentará a atividade turística”.
Além do turismo religioso, o município também tem forte potencial agrícola. Sua economia é fundamentada na produção de mandioca, fumo, arroz, milho e feijão, com destaque também para a pecuária de corte e leite, avicultura e suinocultura.
Também acompanharam a inauguração os Deputados Estaduais, José Nei Ascari e José Milton Scherffer os prefeitos de São Martinho, José Schotten; de Imaruí, Manoel Viana; além de deputados, vereadores e comunidade.
Quem foi Albertina Berkenbrock?
Conhecida pelo povo da Diocese de Tubarão como “a nossa Albertina”, Albertina Berkenbrok nasceu no dia 11 de abril de 1919, na comunidade de São Luís, paróquia São Sebastião de Vargem do Cedro, município de Imaruí.
Filha de um casal de agricultores, Henrique e Josefina Berkenbrock, teve mais oito irmãos e irmãs. Foi batizada no dia 25 de maio de 1919, crismada em 9 de março de 1925 e fez a primeira comunhão no dia 16 de agosto de 1928.
Aos 12 anos de idade, no dia 15 de junho de 1931, Albertina foi assassinada durante uma tentativa de estupro. Desde então, é considerada mártir. O santuário construído no local do ataque, no mesmo município, recebe milhares de fiéis todos os anos.
Colaboração: Chênia Cenci – Assessoria de Comunicação SDR de Braço do Norte
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