Economia

Feira do agronegócio encerra com expectativas superadas

Feira terminou nesse domingo com público e número de vendas acima do esperado pelos organizadores

O presente de aniversário de Valentino de Bona Sobrinho, neste ano, foi um tanto quanto diferente. Completando 81 anos hoje (18), foi trazido pela filha e pelo genro à terceira edição da AgroPonte, a feira da agricultura familiar, agronegócios, pecuária e piscicultura, que iniciou na quarta-feira e seguiu até esse domingo. Residente na comunidade de São Martinho Baixo, em Siderópolis, Sobrinho ficou impressionado com o que viu. “Eu sou colono, mas nunca vi tratores deste tamanho. Dá para andar debaixo, entre as rodas, sem ser atropelado. Eu não queria vir, mas minha filha me trouxe, achei nota 10, valeu muito a pena”, comenta.

O sentimento de Sobrinho se dissemina entre os expositores e participantes. A edição foi um sucesso de público e de vendas, de acordo com o organizador Willi Backes. “Foi excelente. Tudo funcionou muito bem, o policiamento, a segurança, a limpeza. Com certeza o público ultrapassou a nossa expectativa, que era de 40 mil pessoas”, explana. Conforme Backes, no sábado à noite a visitação foi tão grande que algumas cooperativas tiveram que fechar os estandes porque os produtos haviam acabado. “Não esperávamos tantas pessoas. Foi maravilhoso. O café colonial oferecido pela Nosso Fruto também surpreendeu. Só na sexta-feira foram servidos mais de 750”, conta.

Além disso, a primeira Exposição Estadual de Animais chamou grande público ao pavilhão. Os aproximadamente 400 animais dispostos nos 2 mil metros quadrados fizeram sucesso. De acordo com Jaqueline Backes, também da organização, a intenção é aumentar a área da mostra no próximo ano e, quem sabe, realizar leilões. “Só queremos agradecer a todos que participaram, a imprensa que divulgou o evento, os visitantes e trabalhadores. Tudo funcionou muito bem, se não fosse cada um, a AgroPonte não teria sido o sucesso que foi”, comenta Jaqueline. “Agora vamos começar a preparação para a quarta edição, no ano que vem. Entre 13 e 17 de agosto, o José Ijair Conti receberá a nossa AgroPonte mais uma vez”, emenda Backes.

Cooperativas comemoram resultado

As 20 cooperativas de agricultura familiar que expuseram seus produtos na feira comemoraram o resultado obtido. A associada à Coonafor, de Forquilhinha, Fabiana Loch, enaltece a movimentação intensa durante os dias da AgroPonte. “Vendemos aproximadamente 500 pacotes de biscoito, fora os outros produtos. Não esperávamos um movimento tão bom, ficamos surpresos”, ressalta.

O mesmo sentimento foi compartilhado por Aline Frasseto, da Coofanove, cooperativa de Nova Veneza. No estande, cerca de 30 tipos de bebidas derivadas da cana-de-açucar. Entre elas, cachaças, licores e melado. “Foi muito mais que o esperado. Quisemos trazer alguns produtos diferenciados para atrair os clientes. Alcançamos este intento, já que o movimento foi ótimo”, explica.

Para a dona de casa Alberice Alcântara de Souza Biff, os estandes das cooperativas deram um toque especial à feira. “Duvido que alguém passe por aqui sem comprar ao menos um pacote de biscoito caseiro. É impossível resistir, uma delícia melhor que a outra. Estou levando, além dos biscoitos, pães, farinha de milho e orquídeas, já que sou apaixonada. Os organizadores estão de parabéns, souberam mesmo como chamar a nossa atenção, tanto pela organização quando pelas delícias típicas”, comenta.

Para a próxima Exposição de Animais, o dobro do tamanho

De Jaguaruna os irmãos Eroni e Mauro Coelho trouxeram exemplares do gado britânico, animais que dão a melhor carne vermelha do mundo. Não sabiam, no entanto, que a resposta do público para com os gados seria tão positiva. “Vendemos 20 embriões a R$ 1,6 mil cada, e quatro reprodutores, que custam R$ 5 mil”, falam. “Criciúma já é um polo da mineração, do vestuário, do futebol. Viemos para a exposição porque sabíamos do potencial da região. E se a primeira já foi assim, imagina as próximas”, explanam os irmãos.

Para o veterinário e gerente de Agricultura e Agronegócios de Criciúma, Salomão Silveira Roman, a felicidade é o sentimento que toma conta da organização. “Estamos recepcionando agricultores de toda a região e revendo muitos amigos. Os visitantes estão encantados com a qualidade e beleza dos animais”, garante. “Nossa exposição foi muito bem visitada, o povo prestigiou de verdade. Tenho certeza de que a pecuária criciumense será dividida entre o antes e o depois da exposição. No próximo ano o espaço será ampliado, porque aquilo que achávamos grande acabou tornando-se pequeno diante de tanta gente”, emenda.

Rodrigo de Almeida Pinto aproveitou a chance e trouxe a família para o pavilhão. Quis mostrar para a filha, ainda bebê, os animais que são criados em Criciúma e em municípios vizinhos. “É muito interessante este tipo de evento para a cidade. Principalmente para quem mora nos centros urbanos isso aqui é novidade, tudo muito bonito, diferente. Esperamos pelas próximas, para que possamos acompanhar o desenvolvimento do setor aqui por perto”, explana o criciumense.

Colaboração: Samira Pereira/Ápice Comunicação

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