Saúde

Filas na saúde de Criciúma voltam a preocupar

Contratos de emergência foram feitos para minimizar situação na Unidade Central.

Foto: Divulgação

As filas para consultas e exames nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Criciúma voltaram à pauta nos últimos dias. Na Câmara de Vereadores, parlamentares relataram os depoimentos que ouviram de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e também situações que encontraram ao visitar alguns dos postos.

Uma das unidades alvo dos questionamentos é a Central, que fica em frente ao Hospital São José. Na madrugada da última sexta-feira, o vereador Paulo Ferrarezi foi até o local, viu dezenas de pessoas na fila aguardando para conseguir uma senha para consulta e constatou que faltam clínicos gerais para atender a população. “Dos três médicos que atendiam ali, ficou um só e que atende três vezes por semana, faz 44 consultas”, relata.

“Depois que nós fomos lá, fizemos o vídeo, a Prefeitura fez um contrato de emergência com um médico e agora ele atende mais 42 senhas por semana. Então, eram 44 e agora somaram mais 42, mas essas consultas ainda não são suficientes. Ali são atendidas aproximadamente 30 mil pessoas, de 10 bairros”, complementa Ferrarezi.

Segundo o vereador, essa não é a única unidade que registra o problema. “Já me chamaram também na unidade do Bairro Laranjinha para ir lá na segunda de madrugada para acompanhar a fila que tem lá”, afirma.

Faltam médicos

A secretária municipal de Saúde, Francielle Gava, admite a situação em alguns postos e explica que o problema é ocasionado pela falta de oferta de médicos no mercado. “Nós tivemos nos últimos dias saídas de alguns profissionais médicos em virtude de terem passado em residências ou outras propostas de concursos públicos”, afirma.

“Referente à Unidade Básica de Saúde do Centro, a situação ficou um pouco mais grave, porque nós temos dois pediatras que atendem as crianças, uma ginecologista e tínhamos três clínicos gerais. Duas clínicas pediram exoneração ao mesmo tempo e isso tornou a situação mais complexa, inclusive elas também atendiam em outros locais, como a Policlínica do Rio Maina”, comenta.

Ela confirma que conseguiu contratar profissionais de forma emergencial, mas pontua que segue buscando outros médicos que estão provocando furos no atendimento da rede. “Não é questão de economia salarial, o prefeito jamais pediu isso para a gente, é realmente uma falta de demanda e que não acontece só em Criciúma. Eu fiz um levantamento com todos os colegas da Amrec e hoje, dos 12 municípios, somente três têm médicos em todas as equipes de Saúde da Família”, declara.

Foto: Divulgação

Processo seletivo

Na tentativa de resolver o problema, a Prefeitura está com um processo seletivo aberto e parte das vagas é destinada para a contratação de médicos. Ferrarezi, no entanto, questiona a quantidade de vagas oferecidas.

“Eu observei que o processo seletivo tem três vagas para médicos do ESF (Estratégia Saúde da Família) e três médicos para atender na rede. É muito pouco para essa situação que estamos vendo na cidade. Dois desses médicos já devem ser só para a Unidade Central”, afirma.

A secretária responde que a quantidade ofertada é a necessária para as faltas registradas no momento. “Mas isso não nos impede de, precisando, chamar mais candidatos que estejam na lista de espera”, argumenta.

Dossiê da estrutura física

A estrutura física das unidades de saúde também é alvo de fiscalização pelo Legislativo. O vereador Edson do Nascimento, o Paiol, está percorrendo os postos com a intenção de juntar informações e preparar um dossiê para ser entregue para uma série de autoridades.

“Na unidade do Wosocris, a sala onde é coletado o preventivo, a parede está toda descascada, a lâmpada tem um esparadrapo segurando, a caixa do forro está caída. É uma calamidade. No Mãe Luzia foi iniciada a construção de um puxado na parte de trás para unir com a unidade, mas está abandonado”, relata.

Foto: Divulgação

“Eu vou montar esse dossiê e entregar para o prefeito, na Câmara de Vereadores, no Ministério Público. E é um dossiê para ajudar, para a gente saber onde estão os defeitos e poder resolver. Saúde e educação têm que ser prioridade”, coloca Paiol.

Com informações do site 4oito

Notícias Relacionadas

Secretaria de Saúde de Criciúma reforça chamado de gestantes, puérperas e crianças para vacinação contra influenza

Agentes Comunitários de Saúde visitarão as residências para monitoramento e intensificação de informações por causa da baixa adesão à campanha nacional

Justiça confirma resultado de licitação que gerou economia de R$ 12 milhões pela Saúde do Estado

A licitação foi realizada pela Secretaria da Saúde para fornecimento de ventilação domiciliar e tratamento de oxigenoterapia a pacientes catarinenses.

Secretaria de Saúde de Criciúma fará ação de conscientização contra o Aedes Aegypti

Ação ocorrerá neste sábado (15) nos bairros Próspera e Nossa Senhora da Salete

Alto número de faltas em consultas e exames prejudica pacientes da saúde de Siderópolis

As ausências comprometem a capacidade de marcação de consultas de uma Unidade Básica de Saúde.