Saúde

Impetigo: creches serão fechadas para higienização em Capivari de Baixo

Após o surto em Imaruí, na região foram constatados mais dois casos.

Foto: Divulgação/Notisul

Foto: Divulgação/Notisul

O momento é para redobrar a atenção na região. Foram confirmados ontem mais dois casos de impetigo, desta vez em Capivari de Baixo. É uma infecção na pele que atinge principalmente as crianças.

Os casos foram registrados no Centro de Educação Infantil – CEI Betildes da Silva Xavier, conhecido como creche Dona Tidinha, no bairro Caçador. A doença foi constatada em um aluno e em uma professora. Atualmente, a unidade de ensino passa por reformas,  as atividades são realizadas no CEI Anita Brunel Alves, no bairro Três de Maio.

Conforme a secretária de educação do município, Marcia Roberg Cargnin, não há um surto da doença, porém, algumas medidas precisaram ser tomadas por precaução. “Amanhã (hoje), faremos uma higienização em todos os CEIs.

Não costumamos emendar feriados, mas neste caso foi necessário. Faremos uma boa limpeza nos prédios e nos brinquedos. Como são crianças, muitas vezes colocam o objeto na boca e, devido ao contato compartilhado, podem transmitir o impetigo. Faremos também a higienização nas roupas de cama e em todos os pertences das unidades”, destaca a secretária.

A criança infectada está afastada há uma semana. A professora também precisou ser licenciada. Marcia reforça que o trabalho de hoje será realizado com responsabilidade e a integridade das crianças, professores e funcionários não pode ser colocada em risco. De acordo com o clínico-geral Airto Aurino Fernandes, diretor do Hospital São João Batista, em Criciúma, a medida de higienização é a única maneira de quebrar as correntes de infecção.

Primeiros casos do ano surgiram em Imaruí

No início deste mês começaram a aparecer os primeiros casos no estado, em Imaruí. Crianças com impetigo foram provavelmente infectadas no Centro de Educação Infantil – CEI Carlos Gomes, que atende 200 crianças. A creche chegou a ser fechada para higienização.

O período de incubação varia de quatro a dez dias, fase em que o paciente pode transmitir a doença, apesar de não apresentar nenhum sinal visível da infecção.

A coordenadora pedagógica da secretaria de educação de Imaruí, Vanderléia Mattos, explica que os dias sem aulas serão recuperados nas férias de julho. O município já higienizou praticamente todas as unidades de ensino da rede pública.

O que é impetigo?

É uma infecção cutânea, altamente contagiosa, causada por duas diferentes bactérias: o staphylococcus aureus, um germe gram-positiva, com o formato aproximado de um cacho de uva, que pode formar colônias na pele e nas narinas de pessoas saudáveis, e o streptococcus pyogenes (estreptococos beta-hemolíticos do grupo A) que habita normalmente na pele, boca e trato respiratório superior.

De maneira geral, essas bactérias não fazem mal nenhum. No entanto, uma queda no sistema de defesa do organismo, um ferimento superficial na pele (um pequeno corte, um arranhão, a picada de um inseto) ou mesmo lesões provocadas por outras doenças de pele, que possam servir de porta de entrada para o micróbio, são fatores favoráveis para a manifestação da doença.

Embora possa acometer pessoas de qualquer idade, o impetigo é mais comum em crianças entre 2 e 6 anos, especialmente nos meses mais quentes e úmidos do ano, e em ambientes com condições de higiene precárias.

O contágio pode ocorrer por meio do contato direto com as feridas ou com gotículas da secreção nasal das pessoas infectadas ou, ainda, por objetos contaminados (roupas pessoais, de cama, de banho, brinquedos, etc).

Números da doença em Santa Catarina

152 casos foram confirmados
Moradores de 6 municípios infectados
Imaruí: 80 casos, todas crianças
Capivari de Baixo: 2 casos, uma criança e uma professora
Palhoça: 40 casos, todas crianças
Itajaí: 2 casos, ambas de crianças
São José: 15 casos. São 15 crianças
Brusque: 13 casos. São dez crianças e três servidores

Tratamento

O tratamento do impetigo deve começar tão logo seja feito o diagnóstico da doença ou, no máximo, 48 horas depois do aparecimento dos primeiros sintomas para evitar complicações. Ele inclui a indicação de antibióticos por via oral ou em forma de cremes e pomadas de uso tópico, isto é, aplicados diretamente sobre as lesões cutâneas, depois que as crostas forem amolecidas com água morna e retiradas.

Mesmo que os sintomas tenham melhorado com as primeiras doses ou aplicações do antibiótico, é fundamental que seu uso seja mantido nos horários e prazo prescritos pelo médico para evitar que as bactérias desenvolvam resistência aos remédios.

Os cuidados com a higiene pessoal e com a área infectada, somados ao tratamento medicamentoso, além de acelerar o processo de cura, são medidas fundamentais para reduzir os casos de contágio e possíveis recidivas da doença.