Saúde

Kits com seda para maconha, preservativo e lubrificante íntimo é distribuído para usuários de drogas em cidade de SC

Ação ocorreu em evento do Centro de Atenção Psicossocial em Itajaí, e foi pautada nos manuais do Ministério da Saúde

Cerca de 200 pessoas tiveram acesso ao material oferecido durante evento — Foto: Jornal Razão/ Reprodução

Kits com seda para maconha, preservativo e lubrificante íntimo foram distribuídos para usuários de drogas em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina. A ação, que repercutiu na web, foi pautada nos manuais do Ministério da Saúde sobre redução de danos, segundo a prefeitura.

Daniela Ribeiro Schneider, professora do departamento de psicologia da UFSC, explicou que o programa oferece “uma série de alternativas para diminuir o padrão de uso danoso e trazer cuidados em saúde”.

Segundo ela, a interrupção abrupta costuma ser um dos maiores desafios àqueles que já são usuários, e a seda é uma escolha que minimiza danos.

“Alguém que está em tratamento no CAPS , usuário de crack, e em terapia de substituição por uso de maconha. É melhor para sua condição de abuso de substâncias usar a maconha que o crack. Neste caso, ele faz um uso com uma seda que não lhe produza danos pulmonares”, explica.

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Já a prefeitura lembra que, após o município ficar no topo do ranking de casos de AIDS no país, nos anos 90, “as drogas deixaram de ser o principal meio de transmissão da doença” depois da implantação do programa.

A ação onde os cerca de 30 kits foram distribuídos, ocorreu durante evento do Centro de Atenção Psicossocial, em 19 de julho.

Foco da ação municipal

O secretário de Saúde de Itajaí, Emerson Duarte, diz que a estratégia foi voltada a pessoas que não conseguem deixar o vício em drogas lícitas ou ilícitas. A atenção aos usuários também inclui rodas de conversas e laborterapia, entre outras atividades.

Diretor de Atenção à Saúde de Itajaí, Gustavo Pereira destaca que, entre os materiais, também havia um folder com orientações para o uso menos nocivo das drogas.

Os itens, segundo ele, tem papel de prevenir doenças ou evitar eventuais consequências do consumo exagerado de entorpecentes, como overdose. A seda, por exemplo, evitaria o uso de outros tipos de papel, como jornal, em cigarros caseiros.

“Esse trabalho na verdade começou lá por 1989, no Porto de Santos, quando teve um grande número de casos de HIV e Aids. Aí começou com orientações, disponibilização de utensílios, para não haver compartilhamento de seringas, por exemplo, e vem ganhando corpo ano a ano”, contextualiza.

Estratégias

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A Estratégia de Redução de Danos integra a Lei Nacional da Politica Antidrogas, de 2006, e vem sendo aprimorada desde então.

Segundo a professora do departamento de psicologia da UFSC, embora a política não seja necessariamente contra a abstinência, as ações de Redução de Danos consideram a realidade de cada pessoa e, por isso, são inclusivas.

Em muitos casos, segundo a especialista, a interrupção abrupta é um dos maiores desafios para quem tem problemas com vício em substâncias.

Com informações G1SC