Segurança

Não há indícios de crime em incêndio na prefeitura de Criciúma, diz IGP

Foto: James Tavares/Secom/G1 SC

Foto: James Tavares/Secom/G1 SC

Não há indícios de que o segundo incêndio no prédio da Prefeitura de Criciúma, no Sul do estado, tenha sido criminoso. A conclusão é do Instituto Geral de Perícias (IGP), que terminou os trabalhos no local nesta quarta-feira (10). O laudo deve ficar pronto em até 20 dias.

O segundo incêndio no prédio da prefeitura ocorreu no domingo (7). A ocorrência, de grandes proporções, começou por volta das 12h40. O fogo teria começado no piso superior da sede da prefeitura. No dia 27 de maio, parte do prédio também foi atingido por um incêndio.

"Lá no local não tinha sinal que levasse à parte criminal", explicou o gerente de perícias de Criciúma, Northon Santos Machado. Ele explica, porém, que há uma investigação da Polícia Civil e que pode haver "alguém com algum depoimento, com alguma prova" relacionada à área criminal.

Segundo o IGP, o primeiro incêndio tem provável causa na sobrecarga do sistema elétrico. O gerente explica que a fiação do prédio foi feita há 30 ou 35 anos para um certo número de equipamentos. Com o passar do tempo, foram ligados nessa rede mais computadores e ares-condicionados, por exemplo, o que teria levado à sobrecarga.

No caso do segundo incêndio, é possível que tenha sido utilizada parte da linha elétrica antiga do prédio e que tenha havido nova sobrecarga. Na terça (9) e nesta quarta, peritos do IGP estiveram dentro do prédio. Conforme o gerente, é pouco provável que eles voltem ao local. O laudo do Instituto deve ficar pronto em até 20 dias.

Os bombeiros também acreditam que o incêndio não tenha sido criminoso. "A gente já adianta mais ou menos desde o primeiro incêndio que foi sobrecarga, ou seja, que tinham muito equipamentos instalados naquela área e só tinha um sistema-circuito ligado. Teoricamente para nós estaria descartada a hipótese de ação direta intencional porque no foco inicial não constatamos nada que pudesse caracterizar alguma intenção de incêndio", explica o tenente-coronel Edson Luiz Biluk.

O G1 tentou contato com a Polícia Civil, mas não obteve êxito.

Reestruturação dos serviços

Em reunião com os secretários de governo o prefeito Márcio Búrigo definiu os locais que as atividades serão realizadas. O antigo prédio da Domínio Sistemas foi cedido pelo prazo de um ano.

A estrutura de aproximadamente mil metros quadrados, possivelmente, vai abrigar os gabinetes do prefeito e vice-prefeito, Diretoria de Comunicação, Diretoria de Administração, Apoio Administrativo, Diretoria de Informática, Diretoria de Logística, Patrimônio, Controle Interno, Recursos Humanos, Protocolo, Secretaria da Fazenda – tesouraria, contabilidade, arrecadação e fiscalização, Procuradoria, Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Divisão de Planejamento Físico Territorial (DPFT) e Cadastro.

Todos esses setores de serviço ao cidadão ficarão, juntos, na mesma estrutura, situada no bairro Próspera, na Avenida Estevão Emilio de Souza.

A Secretaria da Saúde ficará alocada no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), no bairro Universitário. A Secretaria da Educação seguirá, em princípio, na Biblioteca Municipal Donatilla Borba e a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, ambas situadas no Teatro Elias Angeloni.

Segundo incêndio

O incêndio de grandes proporções começou por volta das 12h40 de domingo (7). Segundo os bombeiros, ninguém se feriu e pelo menos 70% da estrutura foi destruída. "Nós esperamos o posicionamento do governo do estado com relação ao aporte de recursos financeiros para nos auxiliar nesta tarefa [de reconstrução], que não é pequena", complementa Búrigo.

Conforme a assessoria de comunicação da prefeitura, foram afetados pelo fogo os gabinetes do prefeito e vice, o comitê gestor, os setores de licitação, informática e apoio administrativo, a gerência de agronegócios, os Recursos Humanos e cadastro, a tesouraria, a diretoria de comunicação, procuradoria do município, além das secretarias de Administração, Assistência Social, Fazenda, Educação e Saúde. Três bancos também foram queimados.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, guarnições de outras cidades da região também trabalham para conter as chamas. Por volta das 18h de domingo, as equipes concluíram o rescaldo do local, que precisou ser feito de fora para dentro devido ao risco de desabamento do prédio.

Primeiro incêndio

No dia 27 de maio, uma quarta-feira, o incêndio começou na madrugada. Dois guardas municipais que fazem a segurança do local acionaram o Corpo de Bombeiros. Uma guarda inalou fumaça e foi encaminhada por precaução a uma unidade de Pronto-Atendimento 24h.

Todo o prédio foi atingido por fuligem e de 25% a 30% foi destruído pelas chamas. O projeto inicial de reforma custaria R$ 4 milhões. As causas desse incêndio ainda não foram esclarecidas.

As secretarias de Assistência Social, Educação, Saúde, Comunicação e a divisão de Planejamento Físico Territorial (DPFT) foram realocadas e atendem em outros espaços.

Segundo o prefeito, diversos documentos do departamento responsável pela liberação de alvarás e habite-se foram perdidos, assim como os da engenharia da Secretaria Municipal de Obras e do setor de fiscalização. Muitos desses papéis, porém, existem também de forma digitalizada.

No final de semana, os bombeiros terminaram o relatório do projeto de prevenção e até a quarta-feira (10) seria iniciado o retorno gradual ao prédio municipal.

Com informações do site G1 SC