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Nasce segundo bebê de família haitiana em Lauro Müller

A jovem Suslanda, com poucos dias de vida, é a segunda cidadã lauromüllense que nasce de pais haitianos. O parto aconteceu na noite de quinta-feira (21), por volta da 0h no Hospital Henrique Lage. A menina nasceu em parto normal, acompanhado pelo médico José Luiz Madeira e pela parteira Roneide Rabelo.

A criança nasceu com 2,5kg e medindo 50 centímetros. Mãe e filha passam bem e foram liberadas ainda no final da semana. Este é o quarto filho de Marceline, a mãe da criança.

Os pais Marceline Marcelus de 31 anos e Fenel Joseph de 43 anos, moram há aproximadamente um mês no bairro Arizona, em Lauro Müller. Por não dominarem a língua portuguesa, o contato com os brasileiros fica por conta do amigo Jessé, também imigrante haitiano.

No dia do nascimento da criança, o diálogo entre profissionais de saúde e o casal foi complicado, mas no final tudo ocorreu bem. “A comunicação ficou bastante complicada, mas através de sinais conseguimos conversar. A gente fica feliz por eles estarem aqui. É muito gratificante poder ajudá-los”, ressalta a auxiliar administrativa e atendente do hospital Lucilene Borges da Luz.

Haitianos em Lauro Müller

Segundo Jessé, amigo da família, atualmente Lauro Müller abriga 20 haitianos. A maioria está empregada em indústrias e fábricas da região. A situação econômica do país também afetou os novos brasileiros. “Tenho alguns amigos desempregados. Foram demitidos em função da crise. Mas mesmo assim, gostamos da cidade. O povo é acolhedor e nos trata muito bem”, finaliza.

Imigração haitiana no Brasil

A imigração haitiana ao Brasil é um fenômeno migratório que ganhou grande dimensão após o terremoto que abalou o país caribenho em 12 de janeiro de 2010 que provocou a morte de mais de 300 mil pessoas e deixou outras 300 mil desalojadas.

A presença de haitianos no Brasil era inexpressiva antes da instabilidade política que afetou o país em 2003-2004. Desde então, com a presença dos militares da força de paz da Organização das Nações Unidas – ONU, em sua maioria brasileiros, os haitianos passaram a ver no Brasil um ponto de referência.

Os haitianos não são considerados refugiados no Brasil. Segundo a lei brasileira, o refúgio só pode ser concedido a quem provar estar sofrendo perseguição em seu país, por motivos étnicos, religiosos ou políticas. Porém, em razão da crise humanitária provocada pela catástrofe de 2010, o governo brasileiro abriu uma exceção, concedendo-lhes um visto diferenciado.

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