Política

Operação Lava Jato: políticos catarinenses são citados

O prefeito de Imbituba, Jaison Cardoso, e o governador Raimundo Colombo afirmam não terem envolvimento com a Odebrecht.

Foto: Divulgação

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Mais de 200 políticos de 18 partidos foram citados em documentos como receptores de possíveis repasses da Odebrecht. A informação foi divulgada nesta quarta-feira e revelou o material apreendido pela Polícia Federal em 22 de fevereiro, na 23ª fase da Operação Lava Jato, chamada Acarajé.

Na lista, são citados os políticos catarinenses Raimundo Colombo (governador/PSD), Cesar Souza Jr. (prefeito de Florianópolis/PSD), Antonio Ceron (ex-deputado estadual/PSD), Carlito Merss (ex-prefeito de Joinville/PT), Jaison Cardoso (prefeito de Imbituba/PSDB) e Roberto Carlos de Sousa (prefeito de Navegantes/PSDB).

O prefeito de Imbituba, surpreso e bem tranquilo, afirmou desconhecer alguém da empresa e nunca a prefeitura teve contrato com a empreiteira. “Consultei meus advogados e analisamos como meu nome e o da cidade foram parar na lista. Até porque, esse tipo de recurso eu poderia receber de forma legal, como algumas empresas doaram na campanha”, destacou. Nesta quinta-feira, o chefe do executivo dará uma entrevista coletiva, às 11 horas. “Estou à disposição para dar as informações necessárias aos cidadãos de Imbituba e contribuir com as investigações”.

O governador Raimundo Colombo afirma que a empresa Odebrecht não tem nenhum contrato no estado, não executa obra pública ou qualquer serviço do governo estadual. “Os valores e a forma da suposta transferência são fruto de divulgação fracionada que carecem fundamentação. Aguardaremos um posicionamento definitivo sobre quem possa ter dado causa a esses fatos, se verdadeiros. Apoiamos as investigações e vamos colaborar com tudo o que estiver ao nosso alcance”, conclui.

As defesas

Sobre a divulgação da planilha de alegadas doações de campanha da empresa Odebrecht, cada citado fez sua defesa.  O prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Jr., afirma que a empresa não possui qualquer relação contratual, seja com obras ou serviços, com a prefeitura da capital.

“Não reconheço doação à campanha e estou à disposição para esclarecimento”. O ex-deputado estadual Antonio Ceron negou com veemência que tenha recebido doações de campanha da Odebrecht. Ressaltou que houve “precipitação” por parte da imprensa em divulgar o conteúdo das planilhas. Carlito Merss, ex-prefeito de Joinville, e que supostamente recebeu R$ 100 mil, afirma nunca ter recebido pessoalmente doações da Odebrecht. Sobre as eleições para a prefeitura de Joinville em 2012, lembra que sua campanha fez pedido à companhia. Não recorda, porém, se a doação foi efetivada. Disse que isso “talvez” tenha acontecido por meio das executivas estadual e nacional do PT, mas que não teria como confirmar isso nesta quarta-feira.  Roberto Carlos de Souza, prefeito de Navegantes, afirma não ter recebido doações de campanha da Odebrecht e ressaltou não conhecer ninguém da empresa. “Ou fizeram confusão com o meu nome, ou é um homônimo, ou alguém usou o meu nome e o de Navegantes para conseguir dinheiro com a Odebrecht. Que, aliás, teria que ser uma pessoa muito poderosa”.

Planilhas

As planilhas apresentam valores relacionados a nomes de políticos, alguns também identificados por apelidos. Apesar de a listagem apontar valores, autoridades da Lava Jato ressaltam que isso não significa que haja alguma ilegalidade nos eventuais repasses. O motivo do controle em planilhas e de eventuais pagamentos é apurado pela força-tarefa da Lava Jato.

Cenário nacional

Os documentos relacionam nomes da oposição e do governo: são mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.

Com informações do site Diário do Sul