Saúde

Orleanense passará 42 dias com a mão dentro do abdômen após acidente de trabalho

Foto: Divulgação/Sul In Foco

Foto: Divulgação/Sul In Foco

Uma cirurgia rara foi realizada na Fundação Hospitalar Santa Otília com o objetivo de evitar que a mão esquerda de um homem, de 42 anos, fosse amputada.

Em um acidente de trabalho, ocorrido nessa terça-feira (29), em Orleans, o paciente sofreu uma lesão chamada de desenluvamento. Ou seja, a mão ficou sem a pele tanto na palma quanto no dorso, deixando expostos os ossos e os tendões.

Com isso, ele terá que ficar 42 dias com o membro dentro ao abdômen. “Nós fizemos o tratamento das fraturas nos dedos e foi necessária a amputação da ponta do indicador e do médio. Posteriormente, fizemos uma cirurgia para o salvamento da mão. Nós abrimos o abdômen, descolamos a pele e introduzimos a mão dele dentro do abdômen com o objetivo de conservar esses ossos e tendões vivos para que se possa fazer a cobertura da pele posteriormente”, explicou o médico ortopedia e traumatologia, Bóris Bento Brandão.

Sem esse procedimento, haveria infecção e necrose, sendo necessária a amputação. “Posteriormente, será feito o enxerto de pele. Apenas através deste procedimento é possível a constituição do tecido que irá cobrir os ossos e tendões para que se faça o enxerto. É um procedimento raro, de salvação para este tipo de caso. A mão é uma parte do corpo indispensável. Se é possível salvar, sempre temos que tentar”, frisou o médico.

O profissional explicou ainda o que acontecerá após a recuperação. “Vai ficar com a função prejudicada, porém, com função. Não vai ficar com todos os movimentos, mas vai ficar com uma mão funcionando com os dedos e, além disso, ele conseguirá fazer o movimento de pinça, conseguirá segurar uma ferramenta, o volante do carro e outros objetos diversos. É outra qualidade de vida em comparação a quem precisa ter a mão amputada”, destacou.

A cirurgia foi realizada na mesma noite e ele ficará internado na FHSO de três a cinco dias. A reportagem do Sul in Foco conversou com o paciente. Ele contou que as lembranças do acidente ainda o tiram o sono. Entretanto, a fé e a esperança nunca foram perdidas. “Eu tinha noção da gravidade e todos me diziam que teria que amputar a mão. Mas eu tive fé. Eu tinha noção que perderia alguns dedos, mas nunca passou pela minha cabeça que perderia a mão. Graças a Deus, teve recurso para isso e estou sendo bem atendido aqui”.