Foto: Deize Felisberto/Clicatribuna
A pecuária está presente em quase 80% das propriedades rurais do interior da região carbonífera. Rentável, a atividade virou mais uma opção para diversificar a propriedade.
“Nos municípios de Siderópolis, Treviso e Nova Veneza a linha de leite está bem desenvolvida, a todo vapor. A parte de gado de corte na região também está bem considerável”, observa a responsável pela pecuária da regional da Companhia Integrada Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) de Criciúma, Margarida Yokemura.
Conforme ela, apesar do carro-chefe na região ser a avicultura e a suinocultura, o rebanho vem crescendo. Na região carbonífera são aproximadamente 11,5 mil propriedades e quase 102 mil bovinos.
Em Urussanga, o pecuarista Arnaldo Bez Batti, 64 anos, apostou na atividade há 18 anos, e foi pioneiro em trazer o gado da raça Brahman para a região. São 1 mil cabeças de gado e 430 matrizes criadas no sítio em Urussanga, de 200 hectares, e mais duas fazendas, uma em Imaruí e outro em Esplanada, com 500 hectares cada.
“O Brahman é uma raça originária dos Estados Unidos e é o cruzamento de quatro importantes raças a Nelore, Gir, Guzerá e a Krishna Valley. Teve sua primeira importação no ano 1994 para o Brasil. Em visita aos Estados Unidos eu conheci a raça no Texas e trouxemos dois touros e duas vacas”, relembra Batti.
Vantagens da raça
Apesar de até então nunca ter lidado com a atividade, Batti diz que depois que começou se apaixonou pelo gado. As vantagens do Brahman, conforme ele, é a sua resistência as temperaturas e a sua cor clara não é atrativa para carrapatos e bernes, por exemplo.
“Além disso, a raça é programada para nascer entre 27 a 25 quilos, o que não traz problemas com o parto. Ele também se desenvolve precocemente e é fácil de manusear. Uma pessoa sozinha consegue manusear 400 cabeças”, observa Batti.
Conforme matéria do Clicatribuna, o pecuarista vende matrizes fêmeas e reprodutores para municípios de todo o país. O Brahman possui um valor bem acima de outras raças no mercado. Um terneiro comum para abate custa em média de R$ 800, já o Brahman Puro de Origem (PO) é vendido entre R$ 3 mil a R$ 3,5 mil. Depois de adulto o valor fica aproximadamente entre R$ 10 mil a R$ 12 mil. Com 18 meses, o animal chega a pesar 500 quilos e com 24 meses até 700 quilos. Um animal pode reproduzir durante até 16 anos.
No Brasil, Uberaba é a cidade que possui mais criações da raça. Em Santa Catarina são poucos criadores. “A raça é muito procurada hoje porque além das inúmeras vantagens, o gado se desenvolve muito bem em confinamento. Nos Estados Unidos 80% do gado são criados em confinamentos”, acrescenta o criador.
Durante a Feira de Exposição Agropecuária de Braço do Norte, um animal da Cabanha Bez Batti foi nomeado o grande campeão do evento na categoria da raça Brahman.
“Participamos de muitos eventos pelo estado, só não vamos para fora de Santa Catarina porque o nosso estado é livre de febre aftosa sem vacinação e com a saída dos animais para outros estados não podemos mais retorná-los”, explica Batti.
No mês de agosto durante a Feira Agroponte uma exposição de animais com as principais raças da região serão expostos. No rebanho de leite as principais raças na região são a Jersey e a Holandesa. Existe também investimento em rebanhos de raças europeias.