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Potencialidades da pecuária são evidenciadas em exposição

Entre os animais expostos na AgroPonte, búfalos com genes mutantes chamam a atenção

A Exposição Estadual de Animais é um dos maiores atrativos da terceira edição da AgroPonte, feira do agronegócio, agricultura familiar, pecuária e piscicultura de Criciúma. Em uma estrutura de aproximadamente 2 mil metros quadrados, cerca de 400 animais evidenciam as potencialidades da região quando o assunto é pecuária. “A intenção é mostrar que o Sul de Santa Catarina tem condições de ser referência em criação e reprodução. Temos aqui animais que se adaptam facilmente ao clima e território. Investimento que vale ser feito”, destaca o organizador da AgroPonte, Willi Backes.

Entre os exemplares que fazem parte da exposição estão bovinos, suínos, cães, peixes e cavalos. O que mais chama a atenção dos visitantes, no entanto, são os búfalos. Vindos de Maracajá, os animais são considerados raridades. É isso o que explica o médico veterinário e gerente de Agricultura e Agronegócio de Criciúma, Salomão Silveira Roman. “Esses bubalinos expostos têm um gene mutante, que apresenta a coloração branca. Isso não é comum, até porque mais de 99% deles são pretos ou marrons”, expõe.

A espécie originária da China foi trazida ao Brasil pelos portugueses à ilha de Marajó, no Pará. “Lá, é considerado uma praga de tantos que têm. Aqui acontece o contrário, a cultura de criar búfalos não é tão difundida. Eles são animais de leite e de corte, além de trabalharem muito, sendo considerados de carga”, explana Roman.

As características do animal chamaram a atenção do tubaronense Ronaldo Modolon, que veio a Criciúma participar do workshop promovido pela Epagri, na Amrec, e já aproveitou para prestigiar o evento. “Achei muito interessante, principalmente por nunca ter visto um búfalo, ainda mais dessa cor. Eu, particularmente, sou apaixonado por ovelhas e gado. Destes, de mais de uma tonelada, eu nem sabia que existia”, conta, impressionado.

Orleans é destaque na piscicultura

Entre os municípios da região Sul do Estado, Orleans vem se destacando como grande criadora e consumidora de pescado. Por conta disso, foi criada a Associação de Piscicultores de Orleans (APO), no intuito de ampliar a produção de peixes de água doce e criar uma nova fonte de renda às pequenas propriedades rurais. Hoje, a associação já conta com 22 associados. Os números da última safra surpreenderam, chegando às 350 toneladas de pescado.

De acordo com o presidente da APO, Jorge Manoel Cachoeira, o mercado brasileiro ainda é muito carente nesta área. “Criar peixe de água doce é fácil, mas requer cuidados e práticas de manejo. Por isso a associação foi criada. Nesta semana, aqui na AgroPonte, viemos expor os animais que criamos, a tilápia e a carpa (capim, húngara e cabeça grande). Os animais têm dois fins, ou vão para o abate, onde são tirados os filés, ou são vendidos vivos para pesca esportiva”, explica Cachoeira.

O gerente comercial Bernardo Angulski de Oliveira passou pelo stand da associação para conferir as técnicas de manejo. O criciumense possui dois açudes na propriedade e busca melhorias para a produção, já que pretende iniciar a comercialização dos animais. “Muitos deles acabam morrendo, não sei o que acontece. Vim em busca de orientações para aperfeiçoar a criação, e quem sabe começar a ganhar dinheiro com isso”, confessa.

Hospital de Animais ganha notoriedade

O primeiro hospital veterinário do Sul de Santa Catarina também expõe na AgroPonte. O stand, trazido pelo centro universitário Barriga Verde (Unibave), fica anexo à Exposição de Animais, e tem o objetivo de divulgar o hospital, bem como o curso de Medicina Veterinária da instituição. No local, instalado no município de Orleans, são atendidos animais de pequeno e grande porte para consultas, exames e cirurgias.

Conforme a estudante de veterinária, Larissa Milanez Coral, a participação na feira tem grande importância não apenas para o centro universitário, mas também para os próprios alunos e visitantes, que conhecem um pouco mais do trabalho desenvolvido. “É uma oportunidade de divulgarmos e mostrarmos a importância de um local como este na região. A AgroPonte é uma vitrine maravilhosa para todos os envolvidos no setor”, pontua.

Colaboração: Samira Pereira/Ápice Comunicação

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