Economia

Preço do suíno se mantém estável nos primeiros meses de 2013

A estabilidade é avaliada como momentânea e vista com muito receio pelos produtores da região

A confirmação de aumento considerável da importação de carne suína, principalmente de Santa Catarina, para a China, volta a encher os produtores da região de esperança. Calejados com a crise que se arrasta desde 2009, a notícia é comemorada, mas com desconfiança.

Coordenador regional sul da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Adir Engel não nutre o mesmo ânimo que o governo brasileiro. A apreensão continua, afirma. “O embargo da carne nacional pela Ucrânia acaba por tirar o brilho desta notícia”, justifica.

O governo ucraniano não especificou exatamente o motivo para o embargo. Alguns dizem que é para forçar o Brasil em outras áreas afins entre os países, outros que há contaminação da carne.

“Nada é confirmado. O clima é bastante tenso e poderá ter reflexo bastante negativo no mercado interno nacional”, prevê Adir. Por outro lado, o coordenador não desdenha o mercado chinês.

Pelo contrário. Na realidade, a abertura da Ásia é vantajosa para os suinocultores do Vale do Braço do Norte. Isto porque as exportações ocorrem mais do oeste e outros estados.

O que pode parecer contraditório em um primeiro momento faz todo o sentido na visão dos pequenos produtores daqui. “Sem a concorrência de outras regiões, ficamos como mercado interno e isto será ótimo para nós”, explica Adir.

Segundo o Jornal Notisul,os chineses consomem 50 milhões de toneladas de carne suína por ano. Inicialmente, o governo do país asiático prevê importar de 1 milhão a 1,5 milhão de toneladas por ano a mais do que já negocia hoje. Santa Catarina é o segundo maior exportador brasileiro.

Custo da produção cai

Hoje, o setor é considerado estável perto dos números do ano passado. Nestes primeiros três meses do ano, o custo da produção finalmente está mais baixo e a maioria dos criadores conseguem ver a cor do dinheiro no fim do mês.

Apesar do preço de venda do suíno vivo estar cerca de 20% menor do que deveria para que a produção estabilize no sentido literal da palavra, os suinocultores, neste mês, recebem entre R$ 2,80 e R$ 2,90 por animal. O custo de produção está em R$ 2,55 e R$ 2,60 por cabeça.

Contudo, o estoque de carne no mercado interno atrapalha. O coordenador regional sul da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Adir Engel, acredita que isto é passageiro.

“O Brasil é um país católico e, com a quaresma, sempre há queda nas vendas. Mesmo quando não havia crise, sentíamos a baixa nesta época. Então, vamos poder medir a febre somente a partir da segunda quinzena de abril”, pontua Adir.
Hoje, nos supermercados da região, o quilo da carne suína gira em torno de R$ 3,20, um valor mais salgado em relação ao período compreendido a dezembro e o mês passado. O coordenador avalia ainda que este preço tende a diminuir gradativamente, já que o consumo volta a estabilizar depois da Páscoa.