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Produção de leite é reduzida em função do calor

Fazendas de Criciúma registraram queda de 30% somente no mês de janeiro deste ano.

A produção de leite sofreu uma queda de 30% somente no mês de janeiro deste ano, em algumas fazendas de Criciúma. O registro chega a R$ 100 a menos por dia no lucro obtido pelos produtores. Uma das causas pode ser o estresse térmico sofrido pelos animais em função do calor.

De acordo com o médico veterinário do Governo do Município, Saulo Da Boit Goularte, a criação de gado europeu e mestiço para a produção de leite é comum na região Sul e no verão é preciso redobrar os cuidados para que os animais não absorvam o calor. A maioria possui a pelagem escura e quando a temperatura do dia chega a 30º C, o animal começa a sofrer. Saulo comenta que a temperatura ideal para o gado europeu está entre 10ºC a 20ºC. 
 

Neste período, cresce também a procura pelo serviço de apoio profissional oferecido pelo Governo do Município por meio da Gerência de Agricultura que atende o produtor rural, com os serviços do médico veterinário, do engenheiro agrônomo, do técnico agrícola e de maquinários.                                                                                                                                                 

O médico veterinário explica que para que o produtor perceba que se o animal está com estresse térmico, basta prestar atenção nos sinais, como a diminuição da produção de leite e aumento das taxas de aborto.
Além disso, ele comenta que nessa época do ano ocorre o aumento da proliferação de ectoparasitas, como o carrapato, bernes e bicheiras. Esses fatores também contribuem para a diminuição da produção, já que afeta o animal diretamente, devido às doenças que transmitem como a Tristeza Parasitária Bovina (TPB) que pode levar um animal à morte.

Saulo lembra que alguns produtores colocam os animais em terras de melhor qualidade durante o dia. À noite, para não amassar o terreno colocam os animais para repousar em áreas com menor qualidade. Entretanto, o animal passa mais calor durante a noite do que durante o dia. “Nesse caso, ele não vai ingerir nada de alimento, vai causar grande diminuição na produção de leite e o que ele produzir pode ser instável, muitas vezes confundido no laticínio com leite ácido” explica o médico veterinário.

Para prevenir é importante tentar fornecer alimentação nas horas mais frias do dia e diminuir o teor energético da dieta pra diminuir a geração de calor do animal. Colocá-los em áreas com sombra e água de qualidade. “Se não tiver sombra natural que é o mais indicado, pode-se trabalhar com sombra artificial, como montar uma tenda de madeira no meio do pasto”, comenta o veterinário.

Através da gerência da agricultura, o agricultor Ademir Puziski Studzinski, recebe assistência há oito anos. “É uma parceria, os serviços prestados pela gerência são de grande relevância para o resultado do meu trabalho na fazenda”, afirma o agricultor. A inseminação é um dos trabalhos que ele recebe, na qual, melhora a genética do animal ajudando na produção de leite.

Colaboração: Jessica Rosso/Decom PMC