Economia

Produção leiteira vive bom momento na região

Foto: Mayara Cardoso / Clicatribuna

Foto: Mayara Cardoso / Clicatribuna

Há quatro anos um pequeno grupo de agricultores de São João do Sul, no extremo-sul catarinense, decidiu abandonar a plantação de fumo e investir na produção de leite. Hoje a cooperativa já conta com 105 associados, sendo que 64 deles produzem cerca de 280 mil litros de leite mensalmente, que vai para um lacticínio em Nova Veneza.

Com o litro de leite sendo vendido a R$ 1,13 em média, os produtores comemoram a boa fase, mas acreditam que o preço poderia ainda ser melhor se houvesse incentivo do governo. "Sempre falta, temos que fazer tudo com nossas mãos", comentou Donizete Cardoso, presidente da cooperativa. Medidas para solucionar esse e outros entraves foram debatidas no VI Seminário Regional de Produção Leiteira, realizado em Forquilhinha, na última quarta-feira. O evento contou com produtores da região de Criciúma e também de Araranguá.

Conforme a Epagri, nas duas regiões são produzidos cerca de 175 mil litros de leite por dia, correspondendo a 3% da produção estadual. "A região vive um bom momento, mas é necessário que a gente debata formas de alavancar esses índices e o seminário vem para tirar as dúvidas em torno da cadeia produtiva do leite, para a gente crescer com qualidade", comentou o médico-veterinário Marcelo Pedroso, coordenador do projeto pecuária da Epagri na região Sul. Um dos principais pontos do encontro foi em relação à dieta dos animais. A ideia é fazer que os produtores utilizem menos ração e mais pasto, diminuindo custos nos insumos e, por consequência, no preço final do produto.

O pecuarista Albino Wessler, um dos maiores produtores de leite de Forquilhinha, é um dos que defendem e tentam praticar a substituição da ração. "Hoje o litro sai da propriedade custando R$1,15.  Mas como o preço da soja e do milho usado na ração está elevado, eu poderia vender o leite pelo mesmo preço, porém com mais lucro", comentou. Trabalhando na produção leiteira há quase 30 anos, suas 20 cabeças produzem em média 10 mil litros de leite por mês. Prestes a se aposentar, ele afirma que por enquanto não pretende ampliar a produção. Para isso, como forma de complementação, ele destina 10 hectares à rizicultura. "É claro que na época da colheita do arroz, ele me gera uma boa renda, mas se for ver no ano como todo, o leite é que traz uma renda melhor", pontuou.

Também foi debatida no seminário a questão da qualidade do leite. Nos últimos anos, no Rio Grande do Sul e também na região oeste de Santa Catarina, diversos produtores e transportadores foram presos por adulterar o leite. Mesmo que não se tenha registrado nenhum caso aqui, a Epagri garante que o controle é feito periodicamente. Albino se lembra do período quando foram descobertas as fraudes, ocasionando queda no consumo em toda região e no estado. "Infelizmente foi uma época difícil nós. Nós pagamos pelos maus produtores. Hoje levamos tudo para Curitiba, onde o produto é avaliado. Se não passa pelos testes de lá, o produto é descartado. O cenário hoje, felizmente, está diferente", conclui.

Com informações do site Clicatribuna