De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Patrícia Zapelini Batista, o laudo médico no atestado de óbito apontou a causa da morte por meningite meningocócica.
Foto: Arquivo de família/Divulgação/Notisul
A Diretoria da Vigilância Epidemiológica de Tubarão – Dive deverá apresentar nos próximos dias o laudo oficial da morte da professora de artes Cláudia Goulart Vieira, de 33 anos. Porém, os representantes da Vigilância Epidemiológica irão monitorar os seus familiares por dez dias. São sete adultos e uma criança de 5 anos.
A meningite é causada por agentes infecciosos, como bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos e agentes não infecciosos. Conforme o site Notisul, no dia 18 do mês passado, um caso da doença foi confirmado na Cidade Azul, em decorrência de uma pneumonia. Um homem de 34 anos foi diagnosticado com meningite estreptococcus e não resistiu.
De acordo com a enfermeira coordenadora da vigilância epidemiológica de Tubarão, Patrícia Zapelini Batista, todos os procedimentos foram tomados e não há probabilidade de surto. “Esses casos são raros. A última morte por meningite meningocócica ocorreu em 2012. Estamos acompanhando todos os familiares mais próximos por precaução. Ela se sentiu mal na terça-feira à tarde, foi hospitalizada e na madrugada de ontem veio a óbito. Foi veloz. A incidência da meningocócica é menor, mas leva à morte muito rápido. Tudo ocorreu em questão de horas”, esclarece.
Conforme Patrícia, as duas pessoas que tiveram a doença não se conheciam e as causas do desenvolvimento da meningite foram distintas. A enfermeira explica que a ocorrência da doença é maior nos períodos mais frios, entre os meses de abril e agosto. “Como optamos por ambientes fechados e aglomerações, o risco de contágio de doenças transmitidas pelas vias respiratórias, como a meningite, é maior”, assegura.
Comoção
Nas redes sociais, a comoção pela morte da professora foi grande. Colegas da docente que lecionava na Escola Técnica de Comércio de Tubarão lamentaram a morte e ressaltaram inúmeras qualidades de Cláudia, como amiga, dedicada e excelente profissional.
Dúvidas sobre a doença
Os tipos de meningite
São dois os principais tipos de meningite, a viral e a bacteriana. A meningite bacteriana é mais grave e, dependendo dos casos, pode levar o paciente à morte em algumas horas após o aparecimento dos sintomas.
Entre as meningites bacterianas, a meningocócica costuma ser a responsável pelos quadros mais graves e fatais da doença. Ela é causada por uma bactéria que possui diversos sorogrupos. Os mais frequentes são o A, B, C e o Y e W.
Já as meningites virais costumam ser caracterizadas por um quadro clínico benigno, isto é, que não tem caráter perigoso. Não há tratamento específico. A grande maioria dos pacientes se cura em casa, sem sequelas. Os sintomas assemelham-se aos de viroses em geral.
Os principais sintomas da doença meningocócica
Os principais sinais e sintomas são febre alta, dor de cabeça intensa e contínua, vômito, náuseas, rigidez de nuca e manchas vermelhas na pele ou hematomas. Em crianças menores de um ano de idade, esses sintomas podem não ser tão evidentes e os pais ou responsáveis devem atentar para a presença de moleira tensa ou elevada, irritabilidade, inquietação com choro agudo e persistente e rigidez corporal com ou sem convulsões.
Formas de contágio
Em geral, a transmissão da meningite ocorre de pessoa a pessoa, por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Por isso, a incidência da doença costuma aumentar nos meses de frio. Tosse, espirro, beijo e compartilhamento de itens pessoais podem transmitir a meningite.
Prevenção
A principal forma de prevenção é a aplicação das diferentes vacinas disponíveis. Além disso, deve-se evitar o contato com pessoas infectadas, evitar frequentar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas. Outras medidas importantes são higienização das mãos, higienização e ventilação dos ambientes e cuidado com os alimentos.
A meningite pode atingir pessoas de qualquer idade
Crianças, adultos e idosos podem contrair meningite. A criança é mais vulnerável, e por isso o Ministério da Saúde incluiu a vacina contra o tipo C no calendário oficial de vacinação desde 2010. O principal risco é no primeiro ano de vida.
Vacinas disponíveis
Existem vacinas disponíveis contra meningococos dos sorotipos A, B, C e Y e W. Apenas a vacina contra o sorogrupo C, o mais comum no Brasil, está disponível no sistema público de saúde para crianças de até 2 anos. As vacinas para os demais tipos são encontradas apenas na rede privada.