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Projeto da Ferrovia Litorânea será entregue em outubro

Foto: Elvis Palma/Divulgação/Notisul

Foto: Elvis Palma/Divulgação/Notisul

Após sete anos e três meses do lançamento da licitação para o estudo e projeto da Ferrovia Litôranea e com um atraso de 12 meses na entrega do projeto executivo, tudo indica que em breve o impasse deve terminar. Ontem, o vice-presidente regional sul da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Carlos Becker Fornazza, afirmou que em outubro o documento, que está 75% pronto, será entregue ao Departamento Nacional de Infraentrutura e Transporte (Dnit).

O empresário, que teve a sua gestão renovada até 2017, destaca que o principal foco, agora, é o projeto da Ferrovia Litorânea. “Já conseguimos ver as grandes obras que esperamos por 20 anos serem concluídas, como a ponte Anita Garibaldi e o Aeroporto Regional Sul. O Porto de Imbituba está consolidado, mas ainda precisamos trabalhar no seu fortalecimento com toda a regional. O fundamental agora é o projeto da Ferrovia Litorânea, que está em andamento e, em breve, devemos ter boas notícias”.

A construção da ferrovia sofre atraso devido à indefinição sobre a transposição da área indígena do Morro dos Cavalos, em Palhoça. Conforme o engenheiro Robson Sebastiany, da Prosul, que representa uma das empresas contratadas para realizar o projeto básico de engenharia, a Funai propôs que a ferrovia passe por trás da Serra do Tabuleiro e evite o Morro dos Cavalos. Esta alteração levaria a um aumento de 30 quilômetros na extensão da via férrea, além de exigir a construção de sete túneis, o maior com 56 quilômetros. Assim, segundo Sebastiany, a ferrovia se tornaria economicamente inviável.

Um projeto audacioso

Santa Catarina tem 980 quilômetros de ferrovias. Com a ampliação planejada, mais do que duplicará a malha e proporcionará ganhos econômicos até então inimagináveis, em especial para a indústria. A almejada Ferrovia Litorânea está dividida em dois lotes. Os projetos de engenharia iniciaram em maio de 2009, sob um investimento na casa dos R$ 20 milhões. Em paralelo, o Plano Básico Ambiental (PBA), uma das partes mais importantes da obra, também começou a ser realizado. O trabalho é executado pelo consórcio STE/Oikos, com um investimento de R$ 3.931.180,00, exclusivamente do governo federal. Os técnicos percorreram todos os 235,6 quilômetros de extensão do traçado planejado de Imbituba, onde terminam os trilhos da Tereza Cristina, sediada em Tubarão, até Araquari, no norte catarinense. Quando estiver pronta, a Ferrovia Litorânea ainda interligará os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além de encurtar distâncias, ampliará de forma significativa as oportunidades de negócios, com maior ênfase às exportações, cujos custos serão bem menores do que hoje.

Histórico do andamento

Abril/2008  – Lançamento da licitação para estudo e projeto;
Maio/2009 – Lançamento da licitação para estudo ambiental;
Julho/2009 – Divulgada a empresa vencedora da licitação para estudo e projeto;
Julho/2009 – Divulgada a empresa vencedora da licitação para estudo ambiental;
Agosto/2009 – Emissão da ordem de serviço; 
Junho/2014 – Executado 72,49% do contrato;
Agosto/2014 – Projeto com entraves no traçado (terra indígena no Morro dos Cavalos/SC e Contorno Rodoviário de Florianópolis/SC) – previsão de solução indefinida.

A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) encaminhou um ofício à presidente da república onde solicita auxílio para que os entraves sejam solucionados.

Com informações do jornal Notisul