Economia

Projeto de Terminal Intermodal é apresentado aos içarenses

Se aprovado, extensão do porto de Imbituba à região Sul seria responsável por um investimento de R$ 40 milhões e 280 empregos diretos

Transformar Içara em um portal de oportunidades por meio do transporte marítimo e ferroviário. É isso o que propõe o consórcio formado pelo grupo Jayme Zanatta, Open Market e Ferroria Tereza Cristina. A intenção é construir no município o Terminal Intermodal Sul (TIS), uma extensão do porto de Imbituba à região Sul, ligado pela linha férrea. O projeto foi apresentado na noite de ontem (19) aos integrantes da Associação Industrial e Comercial de Içara (ACII), durante a terceira edição do “Encontro de ideias com o prefeito”, realizada na sede da Cooperaliança.

Caso aprovado e aceito pela comunidade içarense, o terminal levaria cerca de 2 anos e meio para ser finalizado, sendo que a construção já iniciaria no mês de setembro. Dividido em quatro fases, a circulação de containers seria possível na primeira fase, completadas nos primeiros seis meses. No total, conforme os responsáveis pelo projeto, o terminal teria o investimento de aproximadamente R$ 40 milhões e seria responsável por gerar 280 empregos diretos.

O prefeito do município, Murialdo Canto Gastaldon, explicou que a Administração foi procurada há alguns meses para a apresentação do projeto. “Com certeza movimentará bastante a nossa economia, mas a implantação do terminal exigirá muito da municipalidade. A decisão deve ser coletiva, já que necessita de um comprometimento enorme, implicando em benefícios, trabalho e impactos para o município”, expõe.

Para a construção do terminal são necessários 120 hectares de terra, que precisam ficar entre a BR-101 e a ferrovia, sendo que 40 deles seriam utilizados na construção e o restante no desenvolvimento do entorno. Conforme Gastaldon, existe apenas uma propriedade onde seria possível a construção. “É a Fazenda Esperança, da família Guglielmi. Se a sociedade aceitar, pode-se transformar aquela em uma área de interesse público, e à medida em que as empresas se interessarem pela instalação, faz-se a  desapropriação das terras e elas mesmo pagam pelo terreno”, coloca. “A construção com certeza será um divisor de águas na economia de Içara”, expõe.

Desenvolvimento da região Sul é previsto após construção

O objetivo ao construir o terminal em Içara, de acordo com ao representante do consórcio, Marcelo Chistiano, da Open Market, é tornar o Sul tão competitivo quanto o Norte do Estado. “Assim nossa região teria condições de receber grandes empresas. O material liberado aqui vai direto para o navio por meio da linha férrea. Da mesma forma acontece quando o contêiner é pego no porto”, ressalta Chistiano. Ele explica, ainda, que dessa forma a agilidade e a economia aos empresários chega a 36% no valor da logística do transporte.

“Nós sabemos do potencial da região e do quanto ela é estratégica. Se hoje a BMW está no Norte, é porque lá ofereceram condições logísticas à empresa. Se outras grandes também estão, é pelo mesmo motivo”, pontua.

Empresas reafirmam parceria

Paulo Pegas, da Santos Brasil, administradora do Porto de Imbituba, explana que o terminal é de extrema importância à região. “É justamente isso que falta ao Sul, a estrutura para atender a demanda. Com isso, com certeza será criado um diferencial competitivo, além de elevar o custo-benefício ao empresário e aumentar a empregabilidade, já que o terminal trabalha sete dias por semana, 24 horas por dia. Ele nunca para”, emenda.

As informações foram confirmadas por Carlos Augusto Menezes, da Ferrovia Tereza Cristina. “Nós temos energia garantida, qualidade de vida, um aeroporto que está prestes a ser inaugurado. Tudo isso atrai investidores”, comenta. De acordo com ele, por dia chegam a passar entre 500 e mil contêineres na BR-101 na altura de Içara. “E para onde vai isso tudo? Nada fica aqui, eles vão direto para os outros portos”, explana.

Na oportunidade, Sergio Tiscoski, da Amrec, comentou que dos municípios da Região Carbonífera, Içara sempre foi o que mais chamou atenção com relação à quantidade de atividades econômicas exercidas. “São várias atividades, e se alguma vai mal, as outras suportam. Entre elas, o transporte de carga representa mais de 3% do PIB, sendo a 11ª atividade mais importante, contando com 283 empresas”, coloca. “A Intermodal é um salto à economia, principalmente porque o frete de todo esse material fica aqui na cidade. Para mim, um passo extremamente importante ao desenvolvimento”, coloca.

Após a apresentação do projeto, os associados à ACII puderam fazer perguntas para os integrantes do consórcio.

Colaboração: Samira Pereira/Ápice Comunicação