Economia

Região Sul deixou de gerar R$ 32,7 bilhões com os atrasos da BR-101

Fiesc apresentou na manhã desta segunda-feira o impacto econômico do atraso nas obras de duplicação no trecho Sul da BR-101

Foto: Portal Engeplus

Foto: Portal Engeplus

Na manhã desta segunda-feira, o Sistema Federação das Indústrias do Estado de SC (Sistema Fiesc) apresentou o estudo que mostra o impacto econômico do atraso das obas de duplicação do trecho Sul da BR-101. O estudo referente à lenta duplicação da rodovia foi realizado pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) a pedido do Fiesc. Na apresentação, o presidente do Sistema Fiesc, Glauco José Corte, o vice-presidente, Diomício Vidal, bem como um dos professores que conduziram o estudo, Valter Alves Schimitz, falaram da BR-101 e do ´atrofiamento´ da economia Sul catarinense em decorrência das obras. Segundo matéria do site Engeplus, estiveram presentes na apresentação do estudo 75 empresários da região.

O empresário da região Sul e vice-presidente da Fiesc, Diomício Vidal, abriu a apresentação e reforçou as qualidades do Sul, como o fato da região possuir uma das melhores empresas para se trabalhar e um campo amplo na área da construção civil. Logo depois, Vidal comentou que o Sul possui uma grande dificuldade igualitária em relação à região Norte do Estado, um dos principais fatores para essa diferença são as obras da BR-101. “As falhas estruturais da rodovia no trecho Sul influenciam neste atraso, como a pesquisa realizada pela Unisul nos mostra”, comentou.

Antes de o estudo ser apresentado, o presidente do Sistema Fiesc, Glauco José Corte, expôs aos empresários presentes indicadores da indústria catarinense, no ano de 2012. Através de gráficos, números e tabelas, o presidente resumiu o cenário da indústria do último ano, como as áreas de maior prejuízo e crescimento.

O estudo – Por fim, o professor da Unisul, Valter Alves Schimitz, divulgou os prejuízos da região com a lentidão da obra da BR-101. O estudo foi estabelecido em quatro blocos. Entre eles, o índice de vantagem competitivo entre a região Norte e a região Sul e as obras macro estruturantes priorizadas pelas lideranças empresariais da região. De acordo com o professor, os atrasos influenciam a vida de todos os moradores do Sul. Os índices de crescimento estão e vão continuar reprimidos por causa das obras. “Atualmente, a região vive um estado de resignação, vencemos o Planalto Catarinense, que era uma das regiões menos desenvolvidas do Estado”, comenta Schimitz.

As obras iniciaram em 2005 com prazo para conclusão em 2009. “Notamos em outubro de 2012 que a verba estipulada para obra já tinha ultrapassado o previsto. Além disso, estudos mostram que as obras ficarão prontas somente em 2017, ou seja, mais milhões serão investidos”. Segundo o professor, o Norte do Estado possui uma vantagem competitiva com o Sul do Estado. “A balança comercial, por exemplo, é 900% maior do que a região Sul. A importação é 450% maior, a exportação, pasmem, é 6% mil a mais que a região Sul”, comenta. “Isso significa que a região Norte é 31,6% superior ao Sul do Estado, ou seja, a região se desenvolve 32% a mais que a região Sul. Mas isso não quer dizer que não possui necessidade de investidos na região Norte, mas que os investimentos naquela região possuem mais produtividade”, explica.

Com os atrasos nas obras deixaram de ser geradas na região Sul, até dezembro de 2012, riquezas equivalentes a R$ 32,7 bilhões, o que compreende a 4,6 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) registrado de 2005 a 2009. “São números de dezembro de 2012, mas que atualmente estão maiores e vão crescer até 2017. É um prejuízo irreparável, é um prejuízo tanto social, como psicológico, com tantas vidas perdidas na rodovia”, comenta.

Ainda de acordo com o professor o alerta que o estudo deixa é para que lideranças do Sul se mobilizem, que exerçam o poder mobilizador para convencimento das autoridades públicas, responsáveis por decidir sobre a prioridade de investimentos para a região.