Economia

Siecesc recomenda à Aneel maior compra de carvão

Para garantir a segurança energética, sindicato se manifesta sobre montante anunciado que impacta o Complexo Jorge Lacerda.

Foto: Miriam Zomer/Agência AL/Especial/DN

Foto: Miriam Zomer/Agência AL/Especial/DN

O Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina – Siecesc, a Engie Tractebel Energia e outras entidades ligadas ao setor se manifestaram à Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, em defesa por escrito, sobre o montante anunciado para compra de carvão neste ano.

De acordo com o diretor-executivo do Siecesc, Cel. Márcio Cabral, todos os anos a Aneel estabelece a compra de carvão para o País, dizendo até quanto deve ser adquirido para cada região. Como padrão, definiu, para 2017, 200 mil toneladas por mês para a região que abrange o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo, usina que garante a energia para 30% do Estado, o equivalente a cerca de 2 milhões de pessoas.

Após estabelecer a quantidade de carvão, a Agência abre uma audiência pública no site oficial para que qualquer interessado no tema possa se manifestar, em 30 dias, prazo que terminou na última terça-feira. “No nosso entendimento, será necessário comprar mais que 200 mil toneladas, a fim de garantir a segurança energética. Defendemos que o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda não pode ficar apenas com a quantidade padrão. O consumo de energia tende a aumentar este ano. Se for necessário comprar mais carvão repentinamente, será necessário deslocar mais funcionários e maquinários, o que é processo demorado. Neste meio tempo, a distribuição de energia pode ficar comprometida”, explica Cabral.

Espera pela análise

Ainda segundo o diretor-executivo do Siecesc, a Aneel não está contando com esta necessidade de reservas. A expectativa é de que a Agência se manifeste em fevereiro sobre as defesas da audiência pública e, em seguida, encaminhe o resultado para o Ministério de Minas e Energia. “É ruim para o setor que seja até 200 mil toneladas, porque eles podem comprar menos que isso”, observa, dizendo que há, ainda, o risco de estiagem, que provoca queda de nível dos reservatórios de hidrelétricas. Com isso, o País ficaria dependendo das termelétricas.

Mais um ano difícil para o setor

Na avaliação de Cabral, 2017 tem expectativa de ser mais um ano difícil para o setor carbonífero da Região. Sobre atrasos de salários aos trabalhadores, o diretor acredita que pelo menos aqueles que são das seis empresas filiadas ao sindicato, que têm contrato com a Engie Tractebel Energia, podem ficar tranquilos. “Já quanto a demissões, é possível. Porém, isto é estimado não apenas no setor carbonífero, mas para todas as áreas, devido à crise na Economia do País”, frisa.

Com informações do Portal DN Sul