Há indícios de que homem tenha usado a mesma arma nos dois crimes, segundo a polícia
O homem suspeito de atirar em Valesca Micaela Toledo, de 20 anos, e atear fogo na companheira ainda com vida no bairro Jardim Sofia, zona Norte de Joinville, também é investigado pelo assassinato da ex-namorada da vítima, ocorrido no ano passado. Ele foi preso na tarde de terça-feira (24), nove dias após assassinar Valesca.
De acordo com o delegado Dirceu da Silveira, titular da Delegacia de Homicídios, há um inquérito policial em andamento em que o jovem de 18 anos é suspeito na condição de autor do crime, que aconteceu em dezembro de 2021 no Jardim Paraíso.
— No passado, ele foi vítima de tentativa de homicídio. Em decorrência disso, acreditamos nós, que, passado um tempo do fato, ele matou a menina por ter entendido que ela teria sido a mandante dessa suposta tentativa de homicídio — explica o delegado.
Inclusive, há indícios de que ele tenha usado a mesma arma nos dois crimes, já que o calibre do revólver é o mesmo.
Outro crime
Logo após esta morte da ex-namorada da então companheira, segundo Silveira, o investigado teria passado a se relacionar e conviver com Valesca. Cinco meses depois, a ela foi encontrada morta em cima de uma cama, com partes do corpo queimadas. Na última terça-feira, o homem entregou-se à polícia confessando ter assassinado a vítima.
Durante o depoimento, o jovem alegou legítima defesa. Conforme relatou à polícia, ela teria pego uma arma de fogo e investido contra ele, que, para salvar a própria vida, disse ter pego tirado o revólver de Valesca e atirado na cabeça dela. Em seguida, ateou fogo no corpo da vítima. Exames periciais preliminares feitos na cena do crime indicam, inclusive, que a vítima ainda estava viva quando o fogo começou.
Para a polícia, com base nos laudos periciais, registros de câmeras de segurança que mostram o suspeito entrando na casa líquido inflamável em mãos, além de ele ter fugido após o assassinato, apontam que o crime foi premeditado.
— Há um indicativo muito forte que houve uma premeditação deste crime, porque o autor, em duas oportunidades, entra no imóvel e saí do imóvel. Fica muito claro que ele chega no imóvel já com a intenção de efetuar o crime, ou seja, tirar a vida da jovem. E no que pese nas alegações dele, que teria agido para se defender, acreditamos que não seja verdade — relata Silveira.
Ainda conforme o delegado, o casal estava há cerca de cinco meses junto e viviam há mais ou menos 20 dias na quitinete em que alugaram no bairro Jardim Sofia. Anteriormente, eles moravam na mesma casa que a mãe do suspeito.
Relembre o crime
A Polícia Militar foi acionada por volta das 20h40min do dia 16 de maio para atender a ocorrência e, quando chegaram ao endereço, encontraram a casa queimada. Os policiais conversaram com vizinhos, que relataram ter ouvido Valesca e o suspeito discutindo durante a noite.
A casa fica em um conjunto de quitinetes e, minutos após a briga, os moradores sentiram cheiro de fumaça saindo do local e, rapidamente, atuaram com baldes para apagar as chamas. No entanto, em primeiro momento, o corpo da vítima não foi encontrado pelos vizinhos, mas havia a suspeita de que ela tinha sido agredida.
Durante a revista, dentro de um dos quartos da quitinete, que fica aos fundos do terreno, a PM encontrou o corpo da mulher com queimaduras na cabeça e nos ombros, em cima de uma cama.
O companheiro da vítima foi visto logo após o crime fugindo do local em uma motocicleta. Ele segue preso preventivamente.
Com informações do NSCTotal