Segue o impasse entre as categorias patronal e comerciária.
Foto: Jornal Notisul
Os gritos de “trabalhador na rua, patrão a culpa é sua!” ecoavam pelas principais avenidas de Tubarão. Os curiosos questionavam o motivo daquela manifestação. Carros buzinavam, sons de apitos, barulho, trânsito parado… O início da tarde dessa sexta-feira foi de protesto para cerca de 80 comerciários da cidade.
Conforme reportagem do jornal Notisul, a passeata já estava programa desde a última quarta-feira pelo sindicato da categoria. “Queremos reivindicar este horário absurdo proposto pelo empresariado. Uma vergonha! Não aceitaremos esta imposição. Os tubaronenses têm o horário de Natal mais extenso do estado. Na sessão da próxima segunda-feira, estaremos novamente na Câmara de Vereadores”, adianta a presidente do Sindicato dos Comerciários de Tubarão e Região, Elizandra Anselmo.
Enquanto carregava faixas de protesto, o diretor da Federação dos Empregados do Comércio de Santa Catarina, Ivo Castanheira, seguia os manifestantes. Segundo ele, o sindicato patronal está perdido e fora de noção. “Não tem cabimento o funcionário atuar por até 12 horas consecutivas. É completamente fora do normal, um ato antidemocrático”, contesta Ivo.
Já o presidente do Sindicato dos Lojistas e Varejistas de Tubarão e Região, Fernando Nandi, expõe que cada um tem o livre direito de protestar, mas não acredita que os empresários voltem atrás no que diz respeito ao horário especial de Natal. “Esta situação já tomou proporções que não precisava. Volto a repetir: a minha função é orientar adequadamente os integrantes do nosso sindicato que façam rodízio, assegurem a folga semanal e não seja excedido o máximo de duas horas extras diárias. Por enquanto, segue o impasse”, lamenta Fernando.
Ânimos ficaram ainda mais exaltados em Tubarão
Entre os manifestantes da passeata em prol dos comerciários, alguns estavam com os ânimos mais exaltados. Nariz de palhaço foi um dos acessórios mais utilizados pelos trabalhadores para mostrar tamanha indignação com o sindicato patronal de Tubarão. A vendedora Nilma Maria Nascimento acredita que todo este barulho deve surtir efeito rapidamente. “Os empresários pensam que somos escravos. Quando chega próximo do Natal, quando de fato aumenta a demanda pela procura dos produtos, já estamos muito cansadas”, reclama Nilma.
A proposta divulgada pelo Sindicato dos Comerciários de Tubarão é que as lojas comecem o horário alternativo a partir do próximo dia 9, das 9 às 22 horas, com dois domingos trabalhados (15 e 22) das 16 às 22 horas, encerrando na véspera de Natal, das 9 às 18 horas.
Já o horário proposto pelo Sindicato dos Lojistas e Varejistas de Tubarão e Região (Sindilojas) inicia no próximo dia 6, das 10 às 22 horas, com abertura em três domingos (dias 9, 15 e 22). O diferencial é que o comércio fique fechado durante quatro dias no fim de ano, de 29 de dezembro a 1º de janeiro do próximo ano.
