Economia

Trigo e cevada podem substituir milho na alimentação de suínos e aves em Santa Catarina

Foto: Divulgação

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Entidades ligadas ao agronegócio discutem alternativas para fabricação de ração de suínos e aves. Um encontro em Chapecó, nesta terça-feira (5), reuniu lideranças e pesquisadores para tratar da utilização de outras matérias primas, como trigo e cevada, na alimentação de suínos e aves em Santa Catarina.

A reunião foi promovida pela Embrapa Suínos e Aves e contou com a presença do secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies.

A intenção da Embrapa é de pensar em novas fontes para a alimentação de suínos e aves em Santa Catarina. Uma das ideias é utilizar a mesma área que produz milho no verão para produzir outros tipos de grãos no inverno.

O secretário adjunto da Agricultura, Airton Spies, acredita que esta seria uma forma de aumentar a competitividade das cadeias produtivas de proteína animal, já que o estado tem um déficit de aproximadamente 3 milhões de toneladas/ano de milho.

Santa Catarina é o maior produtor de suínos e o segundo maior produtor de aves do país e a alimentação desses animais está baseada em grãos, principalmente milho e farelo de soja. O estado não tem área suficiente para produzir todo o milho necessário e suprir os 6 milhões de toneladas consumidas anualmente.

A produção catarinense do grão chega a 3 milhões de toneladas/ano e o déficit vem sendo suprido por milho transportado de outros estados, como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, gerando altos custos com o frete para as agroindústrias e produtores.

Entre as propostas da reunião está utilizar as áreas produtoras de milho para o plantio de trigo e cevada no inverno, usando variedades específicas, com alta produtividade e que seriam destinados à ração animal. O sorgo granífero e o milheto, que são mais resistentes à seca, também podem fazer parte da matriz de grãos para alimentar animais.

Spies lembra que serão necessárias pesquisas e programas de fomento para incentivar essas alternativas. Um grupo técnico foi formado para analisar as ameaças e criar novas oportunidades para manter e ampliar a rentabilidade e a sustentabilidade da produção intensiva de animais no estado.

O secretário adjunto destaca que outras estratégias também podem ser adotadas para melhorar a competitividade das cadeias de suínos e aves de Santa Catarina, entre elas viabilizar o transporte ferroviário e a construção de mais armazéns. Além da melhoria de estradas, pontes e energia elétrica no meio rural. “A produção de proteína animal representa 60% do PIB Agropecuário de Santa Catarina e a manutenção e ampliação dessa produção é vital para a economia do estado, principalmente para os municípios do interior, pois geram empregos, renda e desenvolvimento”.

 Colaboração: Ana Ceron – Secom SC