Saúde

Tubaronense morre com suspeita de H1N1

Foto: Divulgação

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Ainda não foi confirmado, mas a suspeita é de que o jovem Arthur Carvalho, de 34 anos, tenha morrido em virtude da gripe H1N1. O laudo, de acordo com a 20ª Gerência de Saúde de Tubarão, deve ficar pronto em cerca de três dias úteis.

A morte prematura de Arthur comoveu a cidade. Nas redes sociais, fotografias e textos sobre o caso. O jovem era filho da ex-vereadora Albertina Terezinha de Carvalho, a Beth Xuxa, e faleceu às 23h50 de terça-feira no Hospital Nossa Senhora da Conceição – HNSC. Atualmente, ele trabalhava na Câmara de Vereadores.

Informações extraoficiais dão conta de que Arthur começou a se sentir mal no domingo. Posteriormente, começou a sentir falta de ar, procurou auxílio médico e foi internado na UTI do HNSC.

A Câmara de Vereadores e a prefeitura publicaram uma nota de pesar, já que o jovem era funcionário público. O corpo foi velado ontem na Funerária Santa Terezinha, de onde saiu, às 17h, para o Crematório Millenium, em Içara.

De acordo com a enfermeira coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Gerência de Saúde de Tubarão, Patrícia Zapelini Batista, o resultado do laudo deve sair em três dias úteis. Já o gerente regional Dalton Marcon acredita que deva sair entre hoje e amanhã, já que foi enviado ao Lacen de Florianópolis em regime de urgência.

Ainda segundo Patrícia, a família, que manteve contato com o jovem, foi orientada a procurar auxílio médico caso apresente algum sintoma. “Se eles (da família) tiverem tosse, falta de ar, dor de garganta, diarreia, vômito ou gripe nos próximos dez dias, devem procurar um médico”, ressalta.

Aumenta procura de vacina antigripal nas clínicas privadas

Com o número de casos de H1N1 em crescimento no Brasil e em Santa Catarina, a “corrida” para tomar a vacina antigripal na região é grande. Na Pró-Vida, por exemplo, houve formação de filas na terça-feira e ontem a média de tempo de espera era de cerca de uma hora.

Segundo informações do setor de vacinas da clínica, um lote emergencial foi solicitado para que não chegue a faltar o imunizante. O valor na Pró-Vida é, atualmente, R$ 80 a trivalente e R$ 90 a quadrivalente. Para empresas, há pacotes. “Com a morte do Arthur Carvalho, as pessoas se alarmaram e a procura foi intensa. Vimos muita gente apavorada, mas não há motivo para isso. Temos vacinas suficientes e já solicitamos um novo lote, que deve chegar até o fim de semana”, informa a assessoria da Pró-Vida.

De acordo com o setor, a procura tem sido frequente. “Teve dias em que foram vacinadas mais de mil pessoas. Claro que quarta (ontem) foi mais intenso devido à morte do jovem, mas vai ter vacina para todos”, ressalta a assessoria, que acredita ainda que o valor deva permanecer o mesmo no novo lote. O setor de vacinação da Pró-Vida funciona das 8h às 21h diariamente, inclusive no fim de semana.

Na Macroseg Clínica de Medicina do Trabalho, uma funcionária afirmou ontem que a vacina havia terminado. “Nossas 400 doses acabaram, mas já foi solicitado um novo lote.” No local, a vacina está R$ 80 e também há plano para empresas.

No Sesi, que também dispõe do imunizante, o preço está mais baixo – R$ 60 – e não há formação de filas. O Hospital Socimed é outro local que dispõe de vacinas por R$ 80, assim como a RTK Medicina do Trabalho, ao valor de R$ 70.

Na região, houve 17 notificações e duas confirmações de H1N1

De janeiro até o momento, a região registrou 17 casos notificados de H1N1, sendo dois confirmados. O primeiro caso confirmado da doença foi de um homem de 65 anos, morador de Tubarão, conforme o DS já publicou no fim de março. O outro, um homem de 53 anos também da Cidade Azul, esteve internado no Hospital Universitário de Florianópolis com H1N1.

Em 2015, a região registrou 49 casos notificados e quatro positivos. Já 2014 teve 46 notificações e nove casos da doença. Em 2013, por sua vez, foram 73 casos notificados e seis positivos. “Pelo resultado dos últimos anos, não é caso para pânico. Não há epidemia nenhuma em Tubarão e, por enquanto, o número não está acima do esperado. A não ser pela época, por não estar frio, é que chama a atenção”, afirma a enfermeira coordenadora da Vigilância Epidemiológica Patrícia Zapelini Batista, da 20ª Gerência de Saúde de Tubarão.

“A Cidade Azul teve dois casos confirmados. No entanto, um dos pacientes esteve internado em Florianópolis, mas como mora aqui também é contabilizado aqui. A Gerência de Saúde abrange várias cidades da região, mas os dados ficam como Tubarão. Inclusive pacientes internados com problemas de pulmão (pneumonia, por exemplo) também entram no número de casos suspeitos, pois é de praxe realizar a coleta”, explica Patrícia.

Além disso, especula a enfermeira, o número de casos pode aumentar com a chegada do inverno. “Pode crescer a quantidade de casos com a vinda do inverno, ainda mais porque geralmente as pessoas ficam aglomeradas por causa do frio. Mas não temos como prever como vai ser este ano. Assim, quem puder ir se vacinando, deve fazer logo”, orienta.

Segundo a enfermeira, alguns cuidados são essenciais para evitar o contágio. “Tão ou mais importante do que a vacina é a higienização das mãos, seja com água e sabão ou álcool em gel. Sem isso, a vacina em si não vai ajudar. Também é importante evitar ambientes aglomerados, manter as janelas abertas e os ambientes arejados e usar lenços em casos de espirro ou tosse”, reforça.

Primeiros meses do ano têm 444 notificações da doença no país

No Brasil, um boletim divulgado segunda-feira mostra que o subtipo influenza A (H1N1) já provocou, apenas nos primeiros três meses deste ano, 71 mortes – quase o dobro do que foi registrado no ano de 2015 (com 36 óbitos). Os casos também subiram de forma expressiva. Até agora, foram 444 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG – o triplo de todo 2015.

Além do aumento de pacientes atingidos, a doença se espalha pelo país – 15 Estados registram infecções provocadas pelo vírus, dois a mais do que há duas semanas.

A maior parte das notificações está nos Estados do Sudeste. Só em São Paulo são 372 casos – 84% dos registros do país. Em segundo lugar está Santa Catarina, com 22 infecções, seguido por Bahia (nove) e Paraná (sete). Pernambuco, Goiás e Distrito Federal apresentam, cada um, cinco pacientes. Minas, Ceará, Pará e Rio têm três cada. No Rio Grande do Norte e em Mato Grosso, são dois casos. Mato Grosso do Sul relata um, assim como o Espírito Santo.

Em Santa Catarina, até terça-feira, foram registradas sete mortes por H1N1.

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina decidiu antecipar para o dia 25 de abril o início da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. Nacionalmente, a imunização começa em 30 de abril, dia “D” de mobilização para intensificar a vacinação para todos os grupos. Segundo a Dive, a campanha vai até 20 de maio.

Terá direito à vacina gratuita o mesmo grupo do ano passado: crianças menores de cinco anos, gestantes, mães até 40 dias após o parto, idosos, profissionais da saúde, indígenas, detentos e portadores de doenças crônicas.

Com informações do site Diario do Sul