PM afirma que ‘expulsão’ de pessoas em Itajaí foi feita ‘à revelia’ e sem autorização
Cerca de 40 pessoas em situação de rua afirmam que foram “expulsas e agredidas” por policiais militares de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, na madrugada desta terça-feira, 31. De acordo com informações preliminares, o grupo foi escoltado e obrigado a caminhar pela BR-101 de Itajaí até o km 127 da rodovia, enquanto eram agredidos pelos policiais.
As equipes das secretarias de Assistência Social e Abordagem de Balneário Camboriú e Itajaí também foram surpreendidas com a ocorrência e estado das pessoas. “Uma equipe foi enviada e vai atender todos que estão ali, se forem de Itajaí eles terão cadastro conosco”, destacou Amarildo, coordenador da abordagem social de Itajaí.
Todas as mais de 40 pessoas envolvidas foram entrevistadas e pertencem de alguma forma a Itajaí, algumas em situação de rua há mais de 5 anos na cidade, outras com famílias em Itajaí, mas que vivem em vulnerabilidade social.
De imediato, a assistência social de Balneário Camboriú entrou em contato com a pasta de Itajaí e foram atendidas pela equipe de abordagem social da cidade.
Por meio de nota, a secretaria de Assistência Social de Itajaí informou que desconhece o ocorrido e que a equipe municipal de abordagem social não atendeu o grupo que se encontra na rodovia federal. Agora pela manhã, ao tomar conhecimento do caso pela imprensa, a equipe está trabalhando para esclarecer a situação.
Assista ao vídeo:
Vídeo: @deolhobc
PM afirma que ‘expulsão’ de pessoas em Itajaí foi feita ‘à revelia’ e sem autorização
Por meio de nota, assinada pelo Comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, Ciro Adriano da Silva, a PM defende que a ação que escoltou pessoas de Itajaí a pé até o km 127 pela BR-101, “não se tratava de uma operação policial institucional e integrante de planejamento prévio”.
O documento informa ainda que as operações pela Polícia Militar que tem como foco as pessoas em situação de rua são realizadas em conjunto com outros órgãos, em especial a Assistência Social, a fim de assegurar as garantias fundamentais e dar o correto encaminhamento dentro do rol de direitos que estas pessoas possuem.
“Por fim, ressaltamos que este fato será apurado mediante IPM (Inquérito Policial Militar), para saber os motivos em que tal situação ocorreu; bem como, após a conclusão das devidas investigações, os responsáveis possam ser identificados e devidamente responder perante a legislação vigente a cerca de seus atos”, finaliza a nota.
Com informações ND+