Segurança

Acusados de tortura, quatro guardas municipais são indiciados

Inquérito policial aponta a agressão contra um adolescente de 17 anos

Foi concluído nos últimos dias o inquérito policial que apura um crime de tortura cometido por quatro agentes da Guarda Municipal de Criciúma. O documento concluído pelo delegado da 1º Delegacia de Polícia de Criciúma, Leandro Loretto, aponta a agressão contra um adolescente, de 17 anos. Conforme a autoridade policial, os quatro acusados foram reconhecidos por fotografias. Uma pistola .380, que teria sido usada no crime, também foi reconhecida pelo adolescente.

“Eles foram indiciados pelo crime de tortura, sendo que um deles também foi acusado por posse ilegal de armas”, destaca Loretto. A detenção máxima pelo crime de tortura é de oito anos de reclusão, sendo que a condenação por tortura prevê a perda do cargo público.

A agressão ocorreu em abril deste ano, quando o adolescente indagou os guardas, no Terminal Central de Criciúma, por que seu irmão havia sido levado à delegacia de polícia. Ele transitava com um skate pelo terminal e foi levado à DP por desacato à autoridade. “Após o pedido de esclarecimento, eles colocaram o adolescente na viatura da Guarda Municipal. Ele foi levado para um local ermo, onde a tortura física e psicológica foi cometida”, destacou o delegado em entrevista ao site Engeplus. A agressão  teria acontecido na região do Presídio Santa Augusta. Segundo o delegado, o adolescente foi detido para ser levado à DP, mas nunca chegou à delegacia, ele foi solto nas proximidades do presídio e voltou para casa.

De acordo com o delegado, os agentes da Guarda Municipal não devem conduzir nenhum cidadão à delegacia. Os agentes devem acionar a Polícia Militar, órgão responsável por este tipo de serviço. “Foi uma sucessão de erros que culminou na tortura”, comenta. A prisão temporária dos quatro acusados já havia sido solicitada pelo Ministério Público (MP), porém, não foi concedida. O caso foi encaminhado ao Ministério Público e está a cargo da 4º Promotoria de Justiça.

Conforme o presidente da Autarquia de Segurança, Trânsito de Transportes (ASTC) de Criciúma, Giovani Zappelini, os quatro agentes ainda ocupam seus postos de trabalho. “Se forem condenados iremos tomar as decisões cabíveis, caso contrário, eles continuarão atuando na guarda”, comenta. Ele acrescenta que agora é preciso esperar o desfecho do Ministério Público. Uma sindicância interna também apura os fatos da acusação de tortura.