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Aedes Aegypti: mosquito da dengue gera alerta em Criciúma

De 2019 para o ano seguinte houve um aumento de 444% no número focos. Os maiores registros vêm dos bairros Próspera e Nossa Senhora da Salete.

Divulgação/Secom

Apesar de ser transmitida por um mosquito e para muitas pessoas parecer ser inofensiva, a dengue é capaz, em casos extremos, de levar um paciente à morte. Portanto, todo cuidado e conscientização para evitar a proliferação dos focos de Aedes Aegypti são fundamentais. O município de Criciúma é um, entre muitos, que vive uma situação de alerta. De 2019 para 2020, houve um crescimento de 444% no número de larvas nos bairros. Em Santa Catarina, o aumento foi de 34%.

De acordo com a supervisora pelo Programa de Combate à Dengue de Criciúma, Simone Cristina da Cruz, neste ano, por enquanto, não houve nenhum registro. “Mas em 2020, em compensação, encerramos com 49 focos. Para termos um parâmetro, em 2019, nós encerramos com nove focos, o crescimento foi muito além do que estávamos preparados”, explica. Apesar do número alto, a profissional conta que a elevação já era uma tendência. “Já imaginávamos porque os outros municípios vinham com esse crescimento de casos, Criciúma a gente ainda conseguiu manter um nível razoável, mas ultrapassou além do que a gente esperava”, acrescenta.

O aumento no ano passado deve-se, principalmente, à falta de conscientização e descaso das pessoas, juntamente com a crise sanitária envolvendo a Covid-19. “Começou em fevereiro (2020) e não parou mais. Eram três, quatro focos por mês. É um número bem expressivo e preocupante. A população não colaborou. Fomos surpreendidos pela pandemia, muitos ficaram assustados, se isolaram em casa, mas esqueceram de cuidar dos seus terrenos, pátios e dos brinquedos das crianças nas ruas. Então todos esses recipientes acabam se tornando um criadouro, se a água não for eliminada, eles vão se tornar um depósito de mosquito”, ressalta Simone.

As ações de combate à dengue, que antes eram mais efetivas, tiveram que ser limitadas por conta da pandemia. “Como tivemos que seguir um padrão de distanciamento nas nossas visitas, a gente não teve acesso às casas, não entravamos nos terrenos, só fazíamos a parte de conscientização e orientação nas portas. Assim, as pessoas achavam que não tinha tanta importância. Então acredito que o aumento surgiu aí”, enfatiza a supervisora.

Próspera e Nossa Senhora da Salete com maior número de focos

Os principais focos registrados no município são provenientes de bairros como a Grande Próspera e Nossa Senhora da Salete. Há também casos no Brasília e Imigrantes. “Temos cerca de 580 armadilhas espalhadas por toda Criciúma. A gente faz o monitoramento toda semana, a cada dia uma equipe vai aos bairros e a cada sete dias no mesmo endereço. Temos também a visita aos pontos estratégicos, que são os locais maiores, geralmente ferros velhos, reciclagens, borracharias, acumuladores de lixo, esses espaços a gente está indo, mantendo o monitoramento, conseguimos controlar, os problemas são as casas, não temos acesso, depende do morador”, conta Simone.

A supervisora ainda acredita que apesar das ações de conscientização, a tendência é que o número de focos neste ano não seja menor que em 2020. “Não somos considerados como infestados, apesar dos 49 casos não entra no padrão de infestação. Estamos tentando manter Criciúma assim”, completa.

Criadouros em brinquedos infantis

Brinquedos infantis parecem inofensivos, mas ao serem deixados nos quintais podem ser responsáveis por se tornarem criadouros do mosquito da dengue. Durante as férias, é necessário ter atenção redobrada, principalmente, após as chuvas de verão. “Os brinquedos das crianças é que está nos chamando atenção. Piscinas, carrinhos, vasinho de flor, pote de ração, tudo isso fica com água, são pequenos, mas acumulam água”, acrescenta Simone.

Sem casos autóctones no município

Criciúma registrou, no ano passado, apenas um caso de dengue na cidade. Porém, a paciente foi contagiada fora do Estado. “Casos autóctones, que são o vírus se manifestando no município, sem ter vindo alguém de fora, Criciúma não registrou”, ressalta Simone.

Febre, dor de cabeça e muscular, fraqueza, sangramento de nariz e gengivas e vômitos – esses são alguns dos sintomas da dengue, que pode, ainda, levar o paciente à morte. “Infelizmente, estamos vivendo essa pandemia que mata rapidamente, mas a dengue também mata, se evoluir para o caso hemorrágico, o tempo no hospital chega a ser menor do que o coronavírus, porque é fulminante”, finaliza a supervisora.

Aedes Aegypti no Estado

Considerando o período de 29 de dezembro de 2019 a 2 de janeiro de 2021, foram identificados 40.371 focos do mosquito Aedes Aegypti em 195 municípios do Estado de Santa Catarina. Comparando ao mesmo período de 2019, quando foram identificados 30.029 focos em 188 cidades, o que reflete em um aumento de 34% no número de focos detectados.

Em relação à situação entomológica, são 103 municípios considerados infestados, o que representa um incremento de 6,2% em relação ao mesmo período de 2019, que registrou 97 cidades nessa condição.

Cuidados para evitar a dengue:

Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas sempre limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.

Com informações do site TNSul

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