Economia

Agropecuária fatura R$ 28,8 bilhões em Santa Catarina

Na contramão da crise, agronegócio se destaca no Estado com aumento de 16,2% no VBP. Região Sul apresenta bons resultados na rizicultura e outras culturas.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

A agropecuária catarinense supera a crise e fatura R$ 28,8 bilhões em 2016. O Valor Bruto da Produção Agropecuária – VBP de Santa Catarina já é 16,2% superior ao faturamento do ano passado. Após dois anos seguidos de preços perdendo para a inflação, em 2016 boa parte dos produtos da agropecuária catarinense teve forte elevação. Os números e o faturamento dos principais produtos da agropecuária catarinense fazem parte da Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina, lançada na última semana, em Florianópolis.

O crescimento do VBP em 2016, que teve um aumento real (descontada a inflação) de 3,5%, deve-se à elevação dos preços dos produtos agrícolas e não somente ao aumento da produção. O coordenador da Síntese da Agricultura, Tabajara Marcondes, explica que dos 20 principais produtos da agropecuária catarinense, 12 tiveram aumento de preço ao produtor superior à inflação medida no transcorrer na safra. Os mais significativos foram observados no alho, milho, feijão, leite, banana, frango, arroz e soja.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura e Pesca, Moacir Sopelsa, os bons resultados demonstram a excelência do agronegócio catarinense. “Os produtores rurais de Santa Catarina são motivo de orgulho para todos nós. São trabalhadores dedicados que apoiam o governo do Estado nas medidas para melhorar a sanidade dos rebanhos e a produtividade das lavouras. Essa parceria entre a iniciativa pública e os produtores traz bons frutos e faz nosso Estado uma referência no agronegócio do Brasil”, afirma.

Agropecuária nacional registrou queda de 1,4% no PIB do terceiro trimestre

A agropecuária nacional recuou 6,9% no terceiro trimestre de 2016 frente ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 

Foi o maior tombo para o período desde o início da série histórica do indicador, em 1996. De acordo com o gerente regional da Epagri de Tubarão, Gustavo Gimi Santos Claudino, a queda no terceiro trimestre está relacionada principalmente aos efeitos climáticos decorrentes do fenômeno “El Nino”, onde o clima desfavorável proporcionou as quedas na produção de soja (30%), uva, feijão e milho. 

“Outro cenário importante foi quanto à recessão interna do país, que por sua vez impactou fortemente a pecuária nacional. Contudo, saliento que em 2016 o Brasil fechará, ainda assim, com um crescimento próximo de 0,3% no PIB agropecuário”, projeta.

Região Sul tem produção estável e crescimento para 2017

Quanto ao setor agropecuário do Sul de Santa Catarina, o gerente regional da Epagri de Tubarão, Gustavo Gimi Santos Claudino, acredita na recuperação da suinocultura, na excelente produção de frutas, na produção estável da rizicultura e bovinocultura de leite e no crescimento da piscicultura e mel.

“Diante do modelo de desenvolvimento de agricultura na região, centrada em pequenas e médias propriedades, com foco no avanço tecnológico e de uma produção de baixo custo, teremos acréscimo neste setor para 2017. Acreditamos que os efeitos climáticos não serão intensos como em 2016, e que haverá recessão com sinais de enfraquecimento e uma retomada da economia”, destaca.

Com informações do Jornal Notisul